Taxa de inflação na Venezuela em Junho foi de 14,5%, a mais alta do ano
A Venezuela registou uma taxa de inflação de 14,5% em junho, o valor mais alto deste ano, segundo dados divulgados hoje pelo Observatório Venezuelano de Finanças (OVF).
"A taxa de inflação mensal acelerou novamente em junho para 14,5%, um número recorde para o ano de 2022. A inflação interanual aumentou para 170% e a inflação acumulada este ano já atingiu 53,8%", explica um relatório do OVF.
O documento explica ainda que os setores de serviços de telefonia fixa local, telefonia celular, comunicação e internet registaram os valores mais altos de inflação com um aumento nos preços de 134,89%, 50,94%, 48,2% e 17,49%, respetivamente.
Por outro lado, os preços dos equipamentos para o lar aumentaram 15,7%, seguindo-se o setor de restaurantes e hotéis (13,2%), ócio (12,6%), vestuário e calçado (9,7%), transporte (9,7%), serviços (9,5%), saúde (9,1%), alimentos e bebidas não alcoólicas (8,9%), aluguer de habitação (8,4%), educação (7,4%), bebidas alcoólicas e tabaco (5,6%) e bens e serviços diversos (2,7%).
Por seu lado, o valor do cabaz básico alimentar em junho de 2022, segundo o OVF foi de 380 dólares (cerca de 373 euros), sendo "inacessível para a maioria dos lares venezuelanos".
"O aumento da despesa pública tem vindo a exercer pressão sobre a taxa de câmbio, que desceu 8% em junho, e os aumentos das tarifas dos serviços de comunicação explicam o aumento e aceleração da inflação no mês passado", explica o OVF.
Segundo o relatório "a política de intervenções do Banco Central de Venezuela, oferecendo dólares aos bancos para serem vendidos ao público, está a tornar-se ineficaz para ancorar a inflação e as expectativas inflacionistas, o que resultou numa perda de reservas internacionais de 580 milhões de dólares (570,7 milhões de euros) entre janeiro e junho de 2022, no meio de um aumento significativo dos preços do petróleo".