Cerca de 350 mulheres e crianças francesas permanecem em campos de prisioneiros
Cerca de cem mulheres e 250 crianças francesas ainda permanecem em campos de prisioneiros na Síria, disseram hoje fontes do Governo francês, recordando que na terça-feira foram repatriados 35 menores e 16 mulheres para França.
Antes do regresso organizado "na noite de segunda-feira para terça-feira" destes 35 menores e 16 mulheres, havia cerca de "120 mães e quase 290 crianças" francesas detidas nos campos no nordeste da Síria controlados pelos curdos, declarou hoje à rádio RMC Laurent Nuñez, coordenador dos serviços de informação e combate ao terrorismo francês.
"Sempre que pudermos, realizaremos operações de repatriamento por motivos humanitários e cada vez mais seguros, o que também foi levado em consideração na última operação, porque a área está cada vez mais instável", acrescentou Nuñez.
"É provável que haja uma ameaça às operações turcas na região por parte do EI (grupo 'jihadista' Estado Islâmico), que se está a reconstituir no deserto sírio e pode estar a planear libertar essas mulheres e crianças", detalhou.
"Para a segurança de nossos concidadãos, talvez seja melhor ter (estas mulheres e crianças) mais sob controlo (...) ", acrescentou Nuñez.
O responsável francês lembrou que "320 adultos e 150 crianças" na Síria e no Iraque foram entregues "nos últimos anos" às autoridades francesas pela Turquia, país onde estavam detidos.
Por fim, embora a ameaça terrorista seja essencialmente "endógena", o coordenador dos serviços de informação e combate ao terrorismo apelou para que "não se negligencie" o que possa vir do estrangeiro.
"O EI tem sempre ambições, vemos que está a ser reconstituído, sabemos que certos 'jihadistas' que estavam na área retornaram ao seu país de origem, ao Magrebe ou aos Balcãs, sem necessariamente serem processados, o que continua a constituir uma ameaça para nós", afirmou Nuñez.
A França repatriou na terça-feira 35 menores e 16 mães de nacionalidade francesa que estavam em campos de prisioneiros no nordeste da Síria, anunciou num comunicado o Governo francês.
Os menores serão colocados sob a guarda dos serviços sociais franceses e terão acompanhamento médico, enquanto as suas mães serão postas à disposição das autoridades judiciais, explicou uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros de França.
Estes cidadãos franceses fazem parte ou são familiares de um grupo que viajou para a Síria e o Iraque para lutar nas fileiras do movimento 'jihadista' Estado Islâmico.
As organizações de direitos humanos francesas dizem que outros países europeus estão a ser mais rápidos do que a França na resposta à terrível situação humanitária dos menores nesses campos.