A Guerra Mundo

Eurodeputado alemão Michael Gahler apela ao envio de armas para a Ucrânia

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Michael Gahler, líder da Comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu, defendeu hoje que a Europa deve fornecer armas à Ucrânia, além de apoio financeiro e humanitário, para responder à invasão russa e fortalecer a posição de Kiev num cessar-fogo.

Gahler, representante alemão do Partido Popular Europeu (PPE, direita) e relator do projeto sobre custos de financiamento à Ucrânia, falava durante uma das sessões do seminário que o Parlamento Europeu (PE) para jornalistas portugueses.

"Gostava que este ditador fosse travado", afirmou Gahler.

O responsável apelou ao envio de armas para a Ucrânia, apontando em particular ao Governo "hesitante" do seu país.

"Queremos e estamos preparados para suportar a Ucrânia - financeiramente, humanitariamente e, mais importante nesta fase, no fornecimento de armas", sustentou.

Gahler disse que Vladimir Putin "quer restabelecer o antigo império soviético e não hesitará em ir mais longe, visando os países do Báltico, "apesar de integrarem a Nato".

O eurodeputado defendeu ainda que as negociações para um cessar fogo só devem ter início "quando a Ucrânia estiver numa posição forte para estar em condições de afastar as tropas russas do seu território".

"Com 20% do território ucraniano ocupado pelos russos, dialogar sobre um cessar fogo seria utilizado por Vladimir Putin para reagrupar, recuperar e continuar a cumprir o seu o sonho ou lá o que se seja", afirmou.

O armamento da Ucrânia, disse, seria um "sinal político" para quando se iniciassem conversações com a Rússia".

"Não é assunto discutir a quem pertence a Ucrânia. Este país é candidato a integrar a União Europeia, a fazer parte da zona livre da Europa e não a regressar à zona cinzenta. A mensagem política a enviar à Rússia é que não pense que pode discutir onde pertence o país. Isso está decidido", sustentou o eurodeputado alemão.

Gahler alertou ainda para a violação das leis internacionais "numa dimensão nunca vista desde o início da II Guerra Mundial".

"É um regime [de Putin] que não conhece fronteiras no que diz respeito à brutalidade, crueldade e desrespeito por direitos humanos básicos. Ele [Putin] abusa dos próprios soldados russos e não quer saber dos civis ucranianos. (...) Foi sempre a narrativa dos nazis que tinham de lutar contra as injustiças do passado e para ele foi a queda da União Soviética", observou.

Segundo o eurodeputado alemão, Putin "é um agressor que quebra todas as leis internacionais, tentando apagar um país do mapa".

Para o eurodeputado alemão, Putin "calculou mal as suas ambições", primeiro por ter assumido que "os ucranianos receberiam as tropas russas de braços abertos e com flores" e, segundo, por ter pensado que sofreria sanções pouco relevantes, como quando aconteceu com a anexação da Crimeia".

"Já são seis pacotes de sanções cujos efeitos ainda estão para vir. Também pensou que a NATO não responderia e, ao contrário, hoje há uma NATO mais alargada e próxima", afirmou.