A Guerra Mundo

Zelensky acusa empresas gregas de ajudarem a Rússia a exportar petróleo

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje as empresas gregas de permitirem a continuação da exportação de petróleo russo, considerando que a situação "não corresponde aos interesses da Europa".

"As empresas gregas fornecem a maior parte da frota de navios para transporte de petróleo russo", disse, durante um discurso por videoconferência num fórum económico organizado em Atenas.

"Isto acontece numa altura em que outro recurso energético russo [o gás] está a ser usado como arma contra a Europa e contra o orçamento de todas as famílias europeias. Tenho a certeza de que isso não corresponde aos interesses da Europa, da Grécia ou da Ucrânia", acrescentou o Presidente ucraniano.

Apesar de muitas companhias marítimas ou petrolíferas da Europa e dos Estados Unidos terem deixado de negociar com a Rússia após a invasão da Ucrânia, os armadores gregos, que controlam a maior frota da União Europeia, continuam a transportar petróleo bruto russo.

A presidente do Sindicato dos Armadores Gregos (UGS), Melina Travlos, defendeu, no início de junho, a continuação da situação, assegurando que "os armadores gregos não estão a fazer nada ilegal" nem "não violaram nenhum embargo".

Em maio, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, deixou "à consciência dos armadores" a decisão de transportar petróleo da Rússia.

De acordo com a agência norte-americana de notícias económicas Bloomberg, o transporte marítimo de petróleo russo, que se tornou muito lucrativo desde a invasão russa da Ucrânia, é hoje realizado principalmente por empresas gregas, turcas e chinesas.

A Grécia foi um dos primeiros países a condenar a guerra iniciada por Moscovo na Ucrânia, apesar dos seus laços históricos com a Rússia.

No final de junho, oito diplomatas gregos, incluindo o cônsul-geral, foram expulsos de Moscovo, na sequência de sanções adotadas pelos países da União Europeia contra a Rússia.

A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia, condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.