O aeroporto
Segundo inquérito feito por empresa que trata de ressarcir passageiros cujos direitos são afectados, de entre os 132 aeroportos constantes na sondagem, escolhido pelos votantes, surgia o de Lisboa como o pior. Já o escrevi antes.
Todos sabemos que a capital do país, que tem no turismo um sector vital para a sua economia, carece, com urgência, de uma nova infraestrutura aeroportuária. A cada ano que passa a situação piora. Os governos mudam e a solução não aparece porque ninguém se entende, mas sobretudo porque não têm quem, com determinação, assuma a responsabilidade de o mandar fazer.
Num episódio rocambolesco e insólito, o executivo da República, depois do caos nas urgências da saúde para o qual não tem mostrado aptidão para resolver, um ministro, mostrando determinação, anunciou uma solução. Só que não cabia a ele ser o determinado. Mas o Primeiro-Ministro. E este tinha outro timing ou diferente solução, ainda não percebi.
É de todo inconcebível, e quem já esteve no exercício de funções governativas sabe-o bem, apresentar publicamente um projecto desta dimensão (ou de outra) sem o assentimento ou ordem do Primeiro-Ministro ou do Presidente que lidere a Região. A não ser que este ministro esteja louco, coisa que não me parece já que não foi demitido, vai continuar no cargo e, com probabilidade, a supervisionar o dossier, ou algo de muito estranho se passa com o funcionamento deste governo.
Certo é que Lisboa, enquanto destino do maior movimento de passageiros do país, carece urgentemente de um aeroporto capaz e à altura das necessidades. Estudos sobejam. Falta a decisão. E quem a tome, com determinação e clarividência.