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35% da população portuguesa convive com Doença Venosa Crónica

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Sintomas como dor, edema ou cansaço nas pernas são os principais alertas para a Doença Venosa Crónica (DVC), uma patologia que afeta cerca de 35% da população portuguesa. De acordo com dados recentes, a maior incidência verifica-se nas mulheres a partir dos 30 anos. Contudo, quais são os principais fatores que contribuem para esta patologia? E como é que impacta a vida dos portugueses?

O que é a Doença Venosa Crónica?

De uma forma muito resumida, a Doença Venosa Crónica resulta da insuficiência das válvulas nas veias, o que irá causar dificuldade no retorno venoso e, por conseguinte, uma maior propensão para “retenção de líquidos” na região das pernas. Esta condição irá levar a um aumento na pressão das veias, o que contribui para o surgimento de sintomas como inchaço (edema) e sensação de peso e dor nas pernas.

Quais são os principais fatores que contribuem para a Doença Venosa Crónica?

Com base em vários estudos, os principais fatores de risco para DVC são:

- Antecedentes familiares de DVC;

- Obesidade

- Multiparidade

- Idade

O sexo feminino é também um fator de risco. Porquê? Por causa das alterações hormonais, da contraceção hormonal e a gravidez, período especialmente propenso a alterações hormonais e à carga exercida nos membros inferiores.

Sintomas e sinais de alerta

Tal como noutras doenças, a DVC tem um amplo espetro de sintomas, sendo as mais comuns:

- Sensação de peso;

- Sensação de formigueiro;

- Dor, calor ou cansaço nas pernas;

- Cãibras;

- Varizes (veias dilatadas e tortuosas);

- Edema (inchaço nas pernas, principalmente ao fim do dia e nas alturas mais quentes do ano);

- Alterações das características da pele, como por exemplo, hiperpigmentação ou lipodermatosclerose (área de pele fina, inflexível e frágil);

- Aparecimento de úlceras de difícil cicatrização.

Dados sobre a Doença Venosa Crónica em Portugal

Atualmente, e segundo os dados mais recentes, a Doença Venosa Crónica afeta em Portugal cerca de 35% da população adulta, com maior incidência nas mulheres a partir dos 30 anos que afeta 7 em cada 10 mulheres.

Com base nos mesmos dados, estima-se que a DVC seja responsável por um milhão de dias de trabalho perdidos por ano, levando a que 21% dos pacientes peçam para mudar de posto de trabalho devido aos sintomas.

Por outro lado, cerca de 8% das reformas antecipadas devem-se a Doença Venosa Crónica, que tem um elevado impacto na vida dos pacientes.

Apesar da prevalência entre a população entre os 20 e os 50 anos, o diagnóstico da DVC em idades mais jovens tem vindo a aumentar. Tal se pode dever ao estilo de vida da sociedade atual.

Quais são os tratamentos que existem para a Doença Venosa Crónica?

Antes de mais nada, a prevenção é sempre o melhor caminho. Por isso, é importante manter hábitos de vida saudável, nomeadamente uma alimentação equilibrada e regrada e a prática de exercício físico regularmente.

Caso o problema já exista, a terapia compressiva, isto é, o uso de meias elásticas, poderá ser uma forma de aliviar os sintomas. No entanto, só deverão ser usadas caso seja recomendado pelo seu médico, preferencialmente cirurgião vascular. A par dessa terapia, poderá ser recomendado o uso de fármacos, de forma a controlar os sinais e sintomas da DVC.

Apesar de desempenharem um papel importante, os tratamentos anteriores não são capazes de eliminar a causa das queixas. A única forma que existe para fazê-lo é a cirurgia vascular. Em cerca de 90% dos casos em que existe refluxo nas veias safenas, é possível usar técnicas minimamente invasivas, como é o caso da radiofrequência. Se porventura não for possível recorrer a esta técnica, o mais comum é recorrer à cirurgia aberta, com a excisão das veias afetadas.

Quais são as consequências de não tratar esta doença?

Quando não diagnosticada ou tratada de forma adequada, a DVC pode complicar-se para um maior número de varizes, desenvolvimento de pigmentação na pele e, em casos mais graves, úlceras venosas.

Nesse sentido, é importante consultar um especialista em angiologia e cirurgia vascular se surgirem sintomas da doença, de modo a ter um diagnóstico precoce e um tratamento atempado, evitando complicações futuras.