Zelensky apela à retirada da população de Donetsk para escapar ao "terror russo"
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou este sábado à retirada da população na região de Donetsk, para escapar ao "terror russo", devido ao bombardeamento de cidades no leste do país que estão a causar baixas civis.
"O governo tomou a decisão de determinar a retirada obrigatória da região de Donetsk", sublinhou Zelensky, no vídeo noturno diário dirigido à população.
Num apelo aos cidadãos, o chefe de Estado ucraniano salientou: "Por favor, retirem-se".
"Nesta fase da guerra, o terror é a principal arma da Rússia", realçou Zelensky, referindo-se aos ataques de Moscovo contra cidades da região do leste da Ucrânia, que todos os dias têm resultado em baixas entre civis.
A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, também já tinha anunciado a retirada obrigatória de toda a população da região de Donetsk, uma das duas regiões administrativas na região do Donbass, que permanece parcialmente sob controlo de Kiev.
Iryna Vereshchuk justificou esta decisão com a destruição das redes de gás e pela ausência de aquecimento no próximo inverno na região.
Segundo as autoridades ucranianas, Moscovo lançou na madrugada de sábado ataques contra várias cidades na Ucrânia.
Mísseis russos atingiram uma infraestrutura escolar em Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, durante a noite, seguindo-se uma hora depois outro ataque, explicou o autarca Ihor Terekhov.
Uma estação de autocarros na cidade de Sloviansk também foi atingida, segundo Vadim Lyakh, autarca daquela cidade que se encontra junto da linha da frente dos combates, onde forças russas e separatistas tentam assumir o controlo total da região de Donetsk.
No sul da Ucrânia, uma pessoa morreu e seis ficaram feridas num bombardeamento que atingiu uma área residencial em Mykolaiv, uma importante cidade portuária, segundo relatou a administração daquela região através da rede social Facebook.
Estes ataques somam-se à destruição na sexta-feira de uma prisão em Donetsk, onde morreram 50 prisioneiros ucranianos, e que motivou acusações mútuas entre Kiev e Moscovo sobre a responsabilidade do bombardeamento.
A Rússia lançou em fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de 5.100 civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.