Ataque contra prisão é um "crime de guerra russo deliberado"
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou esta sexta-feira como um "crime de guerra russo deliberado" o ataque contra uma prisão na região separatista de Donestsk, adiantando que resultou na morte de "mais de 50 pessoas".
Para Zelensky, o ataque à prisão de Olenivka, em território separatista no leste da Ucrânia, onde estavam prisioneiros de guerra ucranianos, é "um crime de guerra russo deliberado" e "um assassinato em massa deliberado".
O chefe de Estado ucraniano reagiu, no seu habitual vídeo noturno diário, às acusações de Moscovo, de que o ataque com mísseis contra a prisão de Olenivka, na região de Donetsk, controlada pela Rússia, foi realizado por Kiev.
Volodymyr Zelensky adiantou ainda que o ataque russo causou "mais de 50 mortos", número acima do último balanço que apontava para 40 mortos.
Já na sexta-feira à noite os serviços de inteligência da Ucrânia tinham responsabilizado a empresa militar privada russa Wagner pelo ataque.
Antes, o comando das Forças de Artilharia e Mísseis do Exército Ucraniano tinha negado, em comunicado, que as suas forças tenham lançado ataques com mísseis e artilharia na região de Yelenovka.
"Graças às armas de alta precisão recebidas por países parceiros, [as nossas forças] lançam ataques extremamente precisos apenas contra objetos militares russos", assegurou o comando militar.
Os militares ucranianos acusam a Rússia de manter os seus "métodos de propaganda de conduzir uma guerra de informação para acusar as Forças Armadas da Ucrânia de bombardear a infraestrutura civil e a população, ocultando assim as suas próprias ações insidiosas".
"Tais declarações sobre o suposto bombardeamento da infraestrutura civil e da população pelas Forças Armadas da Ucrânia são puras mentiras e provocações cuja responsabilidade é da Rússia, país agressor, ocupante e patrocinador do terrorismo", salientou ainda o comunicado.
O Gabinete do Procurador-Geral da Ucrânia assumiu as investigações sobre o incidente, segundo fontes deste departamento.
Os separatistas pró-Rússia da Ucrânia acusaram esta sexta-feira as forças de Kiev de atacar com mísseis uma prisão em Donetsk onde estavam detidos prisioneiros ucranianos.
"Durante a noite, dispararam contra a prisão de Yelenovka, supostamente com HIMARS [sistema de 'rockets' de lançamento múltiplo norte-americano]", atirou Daniil Bezsonov, vice-ministro da Informação dos separatistas.
Denis Pushilin, o líder separatista apoiado por Moscovo, referiu que a prisão tinha 193 reclusos, sem especificar quantos eram prisioneiros de guerra ucranianos.
Mais de 2.400 soldados ucranianos em Mariupol foram feitos prisioneiras após quase três meses de luta pelo porto de Azov, onde estavam escondidos no complexo siderúrgico Azovstal, e a sua resistência tornou-se um símbolo da luta ucraniana contra a invasão russa que começou em 24 de fevereiro.