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'24 Horas a Bailar' não é "uma festa pimba"

Humberto Vasconcelos promete reforçar apoio ao evento que se realiza em Santana e responde ao lamento de Dinarte Fernandes

Foto Hélder Santos/ASPRESS
Foto Hélder Santos/ASPRESS

O presidente da Câmara Municipal de Santana manifestou alguma preocupação com a adesão ao certame e vincou que é necessário "repensar" no modelo do festival

Humberto Vasconcelos deslocou-se este domingo até Santana, concelho que acolhe pela 37.ª ocasião o '24 Horas a Bailar', festival etnográfico que junta na Costa Norte 23 grupos de folclore.

No momento em que se dirigiu ao público presente, o secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural defendeu esta celebração do folclore regional e agradeceu "a todos aqueles que se empenham durante o ano" para assinalar o regresso do certame que não vai mudar o seu figurino.

Este é o único festival onde temos todos os municípios juntos e com o folclore conseguimos juntar todos eles nas diferenças que nós temos (...) Nós não queremos uma festa pimba, queremos uma festa do folclore em Santana.  Humberto Vasconcelos

No final da sua intervenção, o governante deixou ainda uma garantia para o futuro. "Tudo o que fizemos é para enaltecer as tradições, enaltecer estes grupos, estes trajes, a nossa história. São muitos anos a fazer este festival e são muitos anos de dedicação. Vamos reforçar os apoios financeiros para o evento crescer e vai crescer de certeza".

24 Horas a Bailar "é uma marca de Santana, mas também da Região Autónoma da Madeira"

O secretário regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Humberto Vasconcelos, disse hoje que o 24 Horas a Bailar é uma marca de Santana, mas também regional.

Por outro lado, o presidente da Câmara Municipal de Santana manifestou alguma preocupação com a adesão ao certame e vincou que é necessário "repensar" no modelo do '24 Horas a Bailar'.

Dinarte Fernandes recordou os tempos áureos de um evento que já levou "milhares de pessoas a Santana" e que "fazia parte dos melhores cartazes festivos da Região Autónoma da Madeira", mas que "nos últimos anos infelizmente" tem "perdido público".

Requer que da nossa parte que repensemos este evento, que repensemos como é que queremos que ele aconteça e, acima de tudo, que possamos oferecer aos madeirenses e aos grupos folclóricos que aqui vêm uma melhor programação. É essencial que todo este esforço que é feito possa culminar numa grande multidão, nesta praça. Uma grande multidão de madeirenses que venha a Santana e saia daqui com uma boa impressão desta terra que tão bem sabe receber. Dinarte Fernandes

O autarca garantiu que logo encerre a 37.ª edição do '24 Horas a Bailar' todos vão ter "oportunidade de reflectir juntamente com a Secretaria Regional da Agricultura, que é quem tem a responsabilidade deste evento" e "melhorar aquilo que há para melhorar".

Apesar dos reparos, Dinarte Fernandes observou que há um aspecto positivo a enaltecer. "Está bom o facto de estarmos aqui hoje, todos juntos, e de querermos que o festival não termine e que continue a existir".

Ao DIÁRIO, o presidente da Câmara Municipal de Santana já tinha endereçado algumas queixas relativamente ao programa desta iniciativa, que não é suficientemente atractiva. Dinarte Fernandes disse, por exemplo, que desta vez não houve discoteca ao ar livre e que "isso era sempre" um chamariz. 

Digo isto com muita pena porque o festival de folclore é um festival não só de folclore, mas também o resto. E está a faltar o resto. Dinarte Fernandes

As festas de São Pedro que decorreram em Câmara de Lobos e Ribeira Brava acabaram por atrair mais gente do que o '24 Horas a Bailar'. Por essa razão, o Município licenciou 12 espaços destinados aos feirantes, o que numa edição normal "seria à volta de 20". O número que foi a leilão também se reflecte em termos de proveito financeiro para a autarquia.