Crónicas

Um paraíso na Ponta do Sol

É muito importante que este tipo de eventos possam ser descentralizados

A praia dos Anjos, no Lugar de Baixo e da Madalena do Mar foram as praias da Ponta do Sol distinguidas com a “Qualidade de Ouro” para esta época balnear. A semana passada por ocasião do “Encontro das Economias Criativas do Atlântico” tive a oportunidade de conhecer um pouco melhor o município. Confesso que me falavam maravilhas mas por uma razão ou por outra nunca por ali tinha parado muito tempo. Na verdade não é preciso uma visita exaustiva para nos apaixonarmos por aquela baía. Basta passar de carro, como o tinha feito no passado, para ficar com vontade de conhecer melhor. Quis o destino que a Associação das Indústrias Criativas escolhesse o Centro Cultural John dos Passos como espaço anfitrião do evento e em primeira análise, nas conversas que tive com os diversos oradores a imagem que ficou para todos foi de um concelho bafejado pelas fotografias idílicas que nos transportam para um postal digno de registo. Foi esse o retrato que ficou na mente de todos e é no fundo essa a lembrança que todos levam de uma das maiores riquezas naturais da ilha, da Namalimba ao João Branco, do Adelino Dakosta ao Kwane passando pela Madalena e pela Sandra. Não há melhores embaixadores do que as pessoas que fruem a realidade existente.

Fiquei impressionado com a qualidade da Estalagem da Ponta do Sol, com as suas dinâmicas, a programação cultural e a forma como tudo flui de uma forma muito natural. A capacidade que o concelho teve em uni-lo ao projecto dos Nómadas Digitais apresentando uma oferta diversificada mas acima de tudo pejada de valor é digna de registo. Conheço poucos espaços como este que não se resignam às paisagens maravilhosas mas que tentam sempre estar um passo à frente para marcar as tendências mas mais do que isso para oferecer aos seus hóspedes e visitantes eventos marcantes que deixam qualquer um impressionado. Senti realmente que estava num panorama que não existe em qualquer lado, que não se esgota na paisagem e que se funde com o infinito. Pude assistir a uma festa numa plataforma em cima do mar, com um público de diversas nacionalidades mas com o mesmo propósito, diversão e absorver toda a magia que se sente no ar.

É muito importante que este tipo de eventos possam ser descentralizados e abarquem novos horizontes porque existem diversas estruturas de qualidade que devem ser aproveitadas para promover o destino. Para mim foi uma oportunidade única para conhecer melhor este lugar mágico, que me deixa tantas e tão boas recordações. O Zion por exemplo, na Praia dos Anjos, novo espaço de apoio de praia que visitámos depois da conferencia. Quando falamos de tantos sítios lá fora e muitas vezes valorizamos mais o que se passa no exterior, ponham os olhos neste espaço, na simpatia e genuinidade dos proprietários, no ambiente fantástico onde do pouco se faz muito porque a paisagem natural resolve o resto. Fiquei de facto muito impressionado pela leveza e pelas pessoas que compunham a praia. Como diz o conceito “Zion és tu” e foi cada um de nós que emprestou ao momento um significado único, que nos transportou para um clima de diversão e nos prendeu um sorriso nos lábios. Que mais espaços como este apareçam para fazer a diferença.

Quanto à Ponta do Sol, fica difícil de descrever a beleza do destino. A forma como se têm sabido construir e desenvolver, a limpeza, e os recantos arranjados. A marginal que nos abre a porta do Atlântico sem ruído visual e as pessoas que nos souberam receber da melhor forma. Voltarei seguramente em breve, com mais tempo e mais disponibilidade para conhecer o que ficou por conhecer. Na minha retina e de quantos estiveram no evento fica plasmada a ilustração de um espaço que mais parece retirado de uma qualquer história de embalar. Que continuem a prestigiar este concelho singular que merece ser visto e visitado.