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Dalai Lama pede compaixão a seguidores "apesar do que a China tem feito aos tibetanos"

Foto AFP
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O Dalai Lama pediu na quinta-feira, durante uma visita à região montanhosa indiana de Ladaque, compaixão aos seus seguidores "apesar do que a China fez aos tibetanos", avançou a agência de notícias France-Presse (AFP).

A viagem até esta região dos Himalaias, na fronteira com a China, foi a primeira saída, desde o início da pandemia, do líder espiritual tibetano de Dharamsala, onde se encontra exilado desde finais da década de 1950.

Pequim não reconhece o governo tibetano no exílio e Nova Deli também considera o Tibete parte da China.

"Apesar do que a China fez aos tibetanos, não devemos abandonar a nossa compaixão", disse o Dalai Lama, no final de um sermão de duas horas no Shewatsel Teaching Ground, um local fora da cidade de Leh.

Autoridades citadas pela AFP disseram que cerca de 40 mil pessoas, incluindo uma multidão de monges vestidos com as tradicionais túnicas tradicionais cor de vinho e laranja, assistiram ao sermão.

Centenas de agentes da polícia e paramilitares foram destacados para o local, e a internet móvel foi cortada na área durante a cerimónia.

Esta é a primeira visita do Dalai Lama, de 87 anos, a Ladaque, desde que Nova Deli a separou em 2019 da disputada região de Caxemira.

O líder tibetano costumava deslocar-se frequentemente ao local para meditar e divulgar os seus ensinamentos religiosos.

A região, predominantemente budista, abriga milhares de exilados tibetanos.

A China reivindica partes de Ladaque, que faz fronteira com as regiões de Xinjiang e do Tibete, na parte oriental de Caxemira.

Por seu lado, a Índia também reivindica partes de Ladaque controladas pela China.