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África prepara posição comum do continente para COP27 em Novembro no Egito

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Os países africanos iniciaram hoje em Maputo conversações sobre o clima para identificar prioridades e chegarem a uma posição comum antes da cimeira das Nações Unidas sobre o clima, a realizar em novembro no Egito (COP27).

As negociações acontecem quando o continente enfrenta ciclones devastadores no sul e uma seca extrema no leste e no Corno de África.

O continente, com uma população total de 1,2 mil milhões de pessoas, que representa 17% da população mundial, contribui com menos de 4% das emissões globais de gases de efeito estufa, mas sofre muito com eventos climáticos extremos, que os cientistas alertam que se tornarão mais frequentes devido às mudanças climáticas.

"África... é um ponto vulnerável para as mudanças climáticas", considerou a diplomata sueca Anna Tjärvar, na intervenção que fez no fórum, acrescentando que a adaptação às mudanças climáticas deve ser uma prioridade para o continente.

Admite-se que os participantes decidam se se deve pedir o pagamento de indemnizações por danos ambientais em África, conhecidos nos círculos climáticos como perdas e danos.

A ONU estima que as nações africanas já gastam entre 2% e 9% do seu rendimento em desastres naturais relacionados com as mudanças climáticas.

O fórum vai concentrar-se no uso do conhecimento indígena e nas práticas da terra nos esforços de conservação e adaptação, em vez de depender de ajuda externa, disse Jean-Paul Adam, chefe do departamento de clima na Comissão Económica das Nações Unidas para a África.

As vozes indígenas desempenharão um papel crítico nas negociações, acrescentou James Murombedzi, chefe do Centro Africano de Políticas Climáticas.

Murombedzi acrescentou que a experiência indígena ajudará a fortalecer a posição de África nas negociações internacionais sobre o clima em novembro.

A reunião é organizada conjuntamente pelas Nações Unidas, União Africana, Banco Africano de Desenvolvimento, organizações da sociedade civil e a Aliança Pan-Africana para a Justiça Climática.

O encontro conta ainda com a participação de atores políticos e instituições regionais, bem como ativistas de base e representantes do setor privado.