A AMRAM agendou uma reunião para clarificar a posição de Santa Cruz relativamente à sua continuidade naquele organismo. E nesta formulação está toda a questão que existe em torno desta suposta polémica.

O que realmente está em causa é que o posicionamento futuro de Santa Cruz na AMRAM dependerá sempre de decisões a serem tomadas nos órgãos próprios e nunca de uma decisão isolada do presidente da Câmara.

O outro ponto que está aqui em cima da mesa é que as supostas questões a clarificar não são apenas sobre a continuidade de Santa Cruz na AMRAM, mas também e sobretudo relativas àquele que deve ser o papel da AMRAM na defesa intransigente dos seus associados. E, na minha opinião, esta defesa não tem sido exercida nem com a devida clareza, nem com o necessário empenho e, muito menos, com a desejável imparcialidade.

Nada me move pessoalmente contra o Dr. Pedro Calado, nem contra a AMRAM, mas não posso deixar de me mover em prol de uma Associação de Municípios mais pró-ativa, mais exigente e mais empenhada.

Uma AMRAM que escolha ter uma posição de força face à retenção indevida do IRS, que pertence aos municípios, e que está a ser feita pelo Governo Regional. O mesmo acontecendo com o IVA.

Uma AMRAM que acabe com a total imoralidade que é os Municípios pagarem a iluminação pública nas estradas regionais, a qual deveria estar a ser suportada pelo Governo, dado que são estradas sob a sua alçada.

Uma AMRAM que coloque fim à total promiscuidade e indecência de avisos feitas à medida da ARM em prejuízo dos municípios não aderentes.

Só nestes dossiers, e porque a AMRAM não cumpre a sua função como devia e podia, Santa Cruz está a perder cerca de seis milhões.

Portanto, de clarificações estamos falados, de contradições nem tanto. Porque é, no mínimo, contraditório acusar Santa Cruz de denegrir a AMRAM e de não respeitar os restantes autarcas que a integram, quando Santa Cruz o que faz é exatamente o contrário: respeitar e defender o papel meritório que a AMRAM pode ter, e defender todos os que a integram.