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Ministro defende que adesão da Albânia e Macedónia do Norte à UE é importante para a segurança da Europa

Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho 
Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho 

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, defendeu hoje que a entrada na União Europeia (UE) de países como a Albânia e a Macedónia do Norte é "muito importante para a arquitetura de segurança de toda a Europa".

"A adesão destes dois países [Albânia e Macedónia do Norte], mas também de Montenegro, são muito importantes para a estabilidade de toda a região e a estabilidade da região é muito importante para a arquitetura de segurança de toda a Europa", referiu à agência Lusa o chefe da diplomacia portuguesa, que realizou entre segunda-feira e hoje uma visita aos dois países que iniciaram negociações para aderir à UE.

João Gomes Cravinho lembrou que a expansão do organismo europeu naquela região não é apenas o "alargamento de um arranjo económico, mas algo que é um progresso geopolítico para a UE e também para Portugal".

O titular da pasta dos Negócios Estrangeiros explicou que as relações económicas quer com a Albânia, quer com a Macedónia do Norte, são "muito escassas", mas realçou que a reputação de Portugal é "muitíssimo boa".

Desde a presidência portuguesa do Conselho da UE (de 01 de janeiro e 30 de junho de 2021) que se alcançou "um avanço muitíssimo importante para desbloquear a situação de alguma paralisia nas negociações entre Macedónia do Norte e Bulgária, que estava a bloquear o início das negociações", apontou.

Segundo o ministro, a visita a estes dois países serve também para assinalar que o compromisso português com esta região não foi apenas durante o período da presidência, mas que se manterá "durante o período das negociações".

A UE lançou na passada terça-feira, dia 19 de julho, as negociações de adesão com a Macedónia do Norte e a Albânia, tendo o "momento histórico" sido assinalado numa cerimónia na Comissão Europeia, com a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, e os primeiros-ministros dos dois países candidatos.

A abertura das negociações, que Skopje e Tirana há muito aguardavam, ocorreu depois de a Macedónia do Norte ter assinado, a 17 de julho, um protocolo bilateral com a Bulgária, que permitiu desbloquear um longo impasse que afetava também a Albânia, tendo os 27 da UE dado, no dia seguinte, 'luz verde' para a celebração das primeiras reuniões intergovernamentais, que decorreram a 19 de julho em Bruxelas, com um significado meramente político, mas que lançaram oficialmente as negociações.

Para João Gomes Cravinho, as duas candidaturas são diferentes, mas em ambos os países existem "democracias multiétnicas de sucesso".

"No caso da Macedónia do Norte, um país que tem várias minorias, tem uma minoria albanesa, sérvia, búlgara e croata e conseguem, através do sistema político, desenvolver um mecanismo de convivência pacífico, que penso que é um excelente exemplo para o resto da região", sublinhou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros destacou que os dois países terão agora "uma primeira fase de negociações muito intensas", adiantando ainda que transmitiu aos Governos a disponibilidade de Portugal para apoiar.

"O sinal que quis dar é que Portugal está disponível para apoiar politicamente, mas também dar alguma coisa da nossa experiência nessas negociações de adesão, e da nossa experiência também de vida dentro da UE, para ajudar no processo", concluiu.