Será por isso que esta é a profissão mais antiga do mundo, pois já os nossos antepassados, diga-se homens das cavernas, precisaram de, com arte e engenho, produzir ferramentas para facilitar o seu quotidiano.

Produziram armas para poderem evoluir os seus métodos de caça. Construíram habitações, uma vez que os primeiros homens eram nómadas. Semearam, cultivaram e colheram para se alimentar. Construíram carroças para se movimentar. Construíram barcos para se deslocar sobre a água, para procurar por novos alimentos e para a captura de peixes. Evoluíram a técnica de pesca.

Em tudo isto a engenharia está presente, inclusive atualmente, mesmo após anos de evolução e melhorias das técnicas de construção, cultivo, caça, pesca, navegação, entre tantas outras.

Atualmente, há sempre algo mais a ser feito. Existe sempre alguém a melhorar alguma técnica ou a criar outra especialidade para ir ao encontro dos problemas e solicitações da nossa sociedade.

É esse o nosso propósito, é essa a missão de todos os engenheiros.

Todos os dias existem novas solicitações. O exemplo mais recente foi em 2020 com a pandemia, em que houve uma grande solicitação de recursos humanos médicos e operacionais. Embora com menor divulgação os Engenheiros e Engenheiros Técnicos estiveram presentes. Houve edifícios a serem adaptados às necessidades pandémicas, novos equipamentos a serem construídos e também melhorados, houve pesquisas a serem feitas e desenvolvidas.

E se ainda dúvidas subsistem, mais exemplos podem ser dados com o desenvolvimento e entrega da vacina contra a COVID-19. Na investigação houve intervenção de Eng.ª Genética, Bioengenharia, Eng.ª Biomédica, Eng.ª Química e Biológica e Eng.ª Informática; na Produção houve intervenção da Eng.ª Mecânica, Eng.ª Materiais, Eng.ª Química e Biológica, Eng.ª Eletrotécnica, Eng.ª de Produção; na Conservação houve intervenção da Eng.ª Mecânica, Eng.ª Química e Biológica; no Transporte houve intervenção da Eng.ª Mecânica, Eng.ª Civil, Eng.ª Geográfica; e na Vacinação houve intervenção da Eng.ª de Materiais, Eng.ª Mecânica, Eng.ª do Ambiente.

Embora incógnitos, os Engenheiros e Engenheiros Técnicos desempenharam um papel muito importante durante a pandemia, e assim será sempre que forem requisitados.

O nosso país, atualmente em claro crescimento económico, necessita de mão de obra especializada, potencializado pelo facto da chegada dos apoios europeus do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e também do Plano Nacional de Investimento 2020-2030.

Estas verbas terão um grande impacto na engenharia, uma vez que será aplicada em domínios como as infraestruturas, construção, habitação, transição digital, energia, a ação climática, entre outras.

O que parecia impossível há alguns anos, Portugal tem falta de Engenheiros e Engenheiros Técnicos. São vários os fatores que levaram a este défice. Ora o envelhecimento dos profissionais, ora a emigração, a falta de investimento na formação de novos profissionais e pior, a falta de regulação de remunerações para os Engenheiros e Engenheiros Técnicos.

Hoje é necessária a formação de mais engenheiros, havendo uma variada escolha de especialidades, todas elas voltadas para as necessidades da sociedade. Com a facilidade de acesso à informação, a evolução dos conhecimentos adquiridos, as variedades curriculares tornam os Engenheiros e Engenheiros Técnicos profissionais com grande capacidade empreendedora, sempre em busca de novos desafios, utilizando a criatividade para a solução de problemas, uma facilidade de perceção do funcionamento de todo o mundo pois a engenharia é transversal em todas as partes do mundo e terá uma responsabilidade social pois todos os problemas solucionados serão para o bem comum.

É urgente voltar a apostar na Engenharia, pois é e será sempre uma profissão de futuro e para o futuro, porque ser Engenheiro é fazer a diferença.

Artigo escrito por:

Engenheiro Pedro de Sousa

Engenheiro Técnico Civil

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