Academia de Medicina da Venezuela quer medidas urgentes de prevenção do vírus Monkeypox
A Academia Nacional de Medicina da Venezuela (AMV) pediu no domingo ao Governo a aplicação de medidas urgentes para prevenir a propagação do vírus monkeypox e evitar que fique fora de controlo.
"Embora o surto seja moderado na Venezuela, onde apenas um caso foi confirmado, agora é altura de atuar com energia para prevenir a propagação do vírus, uma vez que um objetivo da saúde pública é prevenir epidemias antes que fiquem fora de controlo", explicou a AMV em comunicado.
O documento, divulgado em Caracas, apontou que "a Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou o surto de varíola dos macacos como uma Emergência de Saúde Pública de Preocupação Internacional, colocando-o na mesma categoria urgente que a pandemia da covid-19 e a erradicação da poliomielite".
"Tal decisão deverá levar todos os países a reconhecer a gravidade da situação e a implementar as medidas apropriadas de forma coordenada", sublinha-se.
Segundo a AMV, embora o monkeypox "tenha sido endémico durante vários anos, em alguns países da África Ocidental e Central, desde maio (último) o vírus propagou-se a 75 países, atingindo até agora cerca de 16.000 casos, com cinco mortes".
No comunicado alerta-se para o facto de o vírus pode transmitir-se "por contacto íntimo direto com fluidos corporais e lesões cutâneas, por gotículas respiratórias de pessoas infetadas, e por contacto indireto com superfícies e materiais como vestuário, toalhas, roupa de cama, talheres e loiça de pessoas infetadas".
"Embora o vírus tenha começado a ser transmitido entre redes sociais de homens que têm relações sexuais com homens, já se sabe que há casos entre mulheres e crianças (...) é fundamental que as pessoas afetadas recebam os cuidados preventivos e terapêuticos necessários, sem o perigo de estigmatização ou de violação dos seus Direitos Humanos", acrescenta-se.
A AMV recomendou ao Governo venezuelano "declarar um alerta sanitário para mobilizar recursos e tomar as medidas necessárias, em colaboração com a sociedade civil e no estrito respeito dos Direitos Humanos" e "reforçar a capacidade de diagnóstico molecular e monitorização genética do vírus".
"Desenvolver programas de vigilância epidemiológica ativa, incluindo em clínicas de Infeções de Transmissão Sexual (IST)" e avançar com "as medidas apropriadas para garantir o acesso futuro aos antivirais e vacinas contra o monkeypox", são outras recomendações.
No comunicado afirma-se que a AMV continuará "monitorizando a situação e fazendo as recomendações pertinentes".
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, sábado o surto de monkeypox como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, o nível mais alto de alerta, quando estão notificados mais de 16 mil casos em 75 países.
Está é a sétima vez que a OMS declara a emergência internacional (mecanismo iniciado em 2005), depois de o ter feito para a gripe A em 2009, para o ébola em 2014 e 2018, para a poliomielite em 2014, para o vírus Zika em 2017 e para o coronavírus que provoca a covid-19 em 2020, esta última ainda em vigor.
De acordo com os últimos dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal totaliza 588 casos confirmados de infeção pelo vírus monkeypox.
Segundo a DGS, uma pessoa que esteja doente deixa de estar infeciosa apenas após a cura completa e a queda de crostas das lesões dermatológicas, período que poderá, eventualmente, ultrapassar quatro semanas.
Os sintomas mais comuns da doença são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, cansaço, aumento dos gânglios linfáticos com o aparecimento progressivo de erupções que atingem a pele e as mucosas.