Encerrada empresa do marido de Isabel dos Santos na Zona Franca da Madeira
A Dorsay, detentora de participações no sector cimenteiro angolano, foi fechada por falta de apresentação de contas
Uma empresa do universo de Isabel dos Santos, na Zona Franca da Madeira, acabou de ser encerrada por falta de apresentação de contas. Trata-se da sociedade Dorsay, apontada como detentora de participações no sector cimenteiro angolano e que tinha como accionista o marido da empresária angolana, Sindika Dokolo, falecido em Outubro de 2020. A notícia é avançada, hoje, pelo ECO.
A decisão de dissolver esta sociedade, constituída em 2008 e que foi identificada no âmbito do processo Luanda Leaks como fazendo parte do universo de Isabel dos Santos, foi tomada a 28 de Junho e transitou em julgado no início da semana passada.
“Foi declarada a dissolução e o encerramento da liquidação por a sociedade não ter procedido ao registo da prestação de contas durante dois anos consecutivos e por não ter resultado do processo a existência de ativo e passivo a liquidar”, segundo se lê na decisão da Conservatória do Registo Comercial e Cartório Notarial Privativos da Zona Franca da Madeira, citada pelo jornal económico on-line.
Já em 2020, a Dorsay esteve em risco de dissolução por falta de apresentação de contas, depois do caso Luanda Leaks ter apertado o cerco aos negócios de Isabel dos Santos.
Na altura, as autoridades madeirenses avançaram com um processo semelhante contra a sociedade, mas situação acabou por ser rapidamente resolvida, evitando o fecho da empresa.
Entretanto, em Maio desse ano, o BPI interpôs um processo judicial no tribunal da Madeira contra Sindika Dokolo e também a Dorsay por causa de uma dívida de cinco milhões de euros.
Isabel dos Santos tem sido, de resto, alvo de diversas acções dos bancos portugueses, nomeadamente o BCP e o Novobanco, que avançaram na semana passada com uma acção conjunta no valor de 17,4 milhões de euros contra a empresária angolana e ainda das suas sociedades Santoro e a Finisantoro, através das quais detém uma posição de 42,5% no banco português EuroBic, que está prestes a ser vendido.
As sociedades Unitel Holdings e Kento Holding (com participações indirectas na operadora Nos) e a Winterfell Industries e Winterfell 2 (ligadas à Efacec) foram outras sociedades visadas pelos bancos nos últimos anos, na sequência do Luanda Leaks.