Carta de Promessas Sem Perspectivas
Ora vamos lá testar como anda a fidelidade deste povo após 2 anos de interregno. Se a memória não me atraiçoa, já lá vão 38 edições das festas das promessas e das laranjas amargas, onde tudo serve para continuar a manter a fidelidade dum povo que após quase meio século de democracia continua a achar que partidos políticos são como clube de futebol, fidelidade eterna e fanatismo doentio quase doença crónica. Este ano com a a particularidade que deverão levar pela primeira vez os parceiros do regime, para poder compor a moldura humana para as fotografias da praxe. Outros tempos em que o mediático Alberto João Jardim arrastava multidões, se fosse hoje a oposição chamar-lhe-ia de populista, mas naquele tempo não existia populismos, erradicaram os fascistas, hoje parecem querer ressuscitar fascistas, a xenofobia era palavra inexistente, hoje contestar quem vive à custa da institucionalizada subsidio dependência leva com esse rótulo, chamar cubanos ao do continente soava tão bem, hoje contestar quem vem viver para Portugal com estatuto de refugiado, mesmo que seja terrorista é discurso de ódio e deve ser considerado um ato de solidariedade. Enfim outros tempos. Mas regressarão de novo as promessas para daqui a um ano, quando os madeirenses voltarem a ser chamados a elegerem os (seus representantes) talvez lá para fins de setembro 2023, e veremos de novo, as novas "velhas" promessas, como um aumento do molhe da pontinha com o dinheiro que sobrou da Marina do Lugar de Baixo, do cais 8 e do terminal da gare do porto do Funchal, um túnel da Ajuda a São Gonçalo, com o resto do orçamento dos Heliportos do Porto Moniz e do Hospital, pois o helicóptero de apagar incêndios não pode lá aterrar, a conclusão da Cota 500 com o restante dos dinheiros, da destruição da ciclovia e da Praça do Povo, o apoio à agricultura com o dinheiro que cresceu do encerramento da fábrica da Ilma e da fábrica das moscas na Camacha, a construção do teleférico para o Curral das Freiras com o dinheiro que ainda existe dos parques industriais, a asfaltagem da estrada das Gingas com as poupanças da reconstrução das ribeiras do Funchal, e subsídios para os que ainda não receberam as indemnizações do 20 de Fevereiro, pois encontrado uma mealheiro na Praça da Autonomia que dizia ser da GESBA, mas que afinal foi deixado por esquecimento na festa da flor debaixo de uma das bancadas na Av. do Mar. Há! Mas a promessa das promessas será sempre sem qualquer dúvida, um serviço FERRY para o verão de 2024 com um barco a energia produzida através do vinho seco, já que não tem outra utilização ou em alternativa à energia produzida pela estação de biocombustível à base de algas no Porto Santo. Este ano não haverá sandes de atum ou de gaiado, pois a quota de pesca esgotou mais cedo, de espada não pode ser praticado o preço de outros anos pois o gasóleo aumentou, a de carne de vinho e alhos, da Santagro fugiram os porcos todos e a cerveja será racionada dado o excesso de exportação para a China, o consumo excedeu a capacidade de produção. O restante rol de promessa ainda estará a ser elaborado de certeza que (C)om (D)inheiros (S)obrantes.
A. J. Ferreira