Washington condena ataque ao porto de Odessa
![Foto EPA/ATEF SAFADI](https://static-storage.dnoticias.pt/www-assets.dnoticias.pt/images/configuration/R/44241330_38980282.jpg)
Os Estados Unidos condenaram esta noite os ataques com mísseis russos ao porto ucraniano de Odessa, no Mar Negro, dizendo que "lançam sérias dúvidas" sobre o compromisso que a Rússia assumiu na sexta-feira de desbloquear as exportações de cereais.
"Este ataque lança sérias dúvidas sobre a credibilidade do compromisso da Rússia com o acordo de ontem [sexta-feira] e mina o trabalho da ONU, Turquia e Ucrânia para entregar alimentos aos mercados globais", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em comunicado.
O porto comercial de Odessa é um ponto chave para a exportação de cereais pelo Mar Negro.
"O Kremlin continua a mostrar desprezo pela segurança de milhões de civis enquanto perpetua seu ataque à Ucrânia", afirmou o chefe da diplomacia norte-americana no comunicado, acrescentando que a Rússia "priva a Ucrânia de sua vitalidade económica e o mundo dos seus alimentos".
Este acordo de sexta-feira, patrocinado pela Turquia e pelas Nações Unidas e assinado separadamente pela Rússia e Ucrânia, prevê um corredor marítimo para aliviar a crise alimentar causada pelo bloqueio russo aos portos ucranianos no Mar Negro desde o início da invasão, em 24 de fevereiro.
Para Blinken, a Rússia tem é a responsável pelo agravamento da crise alimentar mundial "e deve cessar sua agressão e cumprir totalmente o acordo feito".
As autoridades ucranianas relataram hoje um ataque russo ao porto comercial de Odessa, 24 horas depois do acordo assinado entre Rússia e Ucrânia para permitir a exportação daquele produto.
O Governo ucraniano acusou a Rússia de "cuspir na cara" da ONU e da Turquia com o ataque.
Por seu lado, a Rússia negou qualquer envolvimento nos ataques contra o porto de Odessa, disse o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar.
"Os russos disseram-nos que não tinham absolutamente nada a ver com este ataque e que estavam a analisar o assunto", disse o ministro turco, enquanto Moscovo não reagiu oficialmente.