Sérgio Godinho, no álbum “Liberdade” cantarolava: “Só há liberdade a sério quando houver paz, o pão, habitação, saúde, educação.”

Há máximas populares que conjugam o pão e a educação: “A Educação é tão precisa como pão para a boca” e “quem dá o pão, dá a educação”. Quem tem fome não.

Na sua canção Sérgio refere que “só há liberdade a sério quando houver liberdade de mudar e decidir, quando pertencer ao povo o que o povo produzir”.

O Pão – recentemente nas páginas do DN, com o título “O Povo não aguenta a subida do custo de vida”, baseado em números oficiais, refere o aumento substancial de artigos fundamentais para a alimentação cujo aumento médio ultrapassa os 20%.

Por outro lado afirmamos que o “Pingo Doce” lucrou 463 milhões e o Grupo tem mais 328 lojas, que a GALP teve lucros superiores a 500% nos primeiros 3 meses do ano, que a EDP lucrou 657 milhões, que o Santander despediu 1.175 trabalhadores, que as comissões bancárias aumentaram 11%, que o BPI registou a maior subida de lucros que triplicaram.

Habitação – também nas páginas do DN escrevemos que a habitação é uma das alavancas da nossa recuperação económica pelos múltiplos impactos em diversos sectores da economia (serviços de Arquitectura e Engenharia, madeira, cerâmica, vidro, cimento, produtos metálicos, electrodomésticos, seguros, telecomunicações, água, energia, saneamento, etc…). dizia eu que a Habitação é um barómetro de felicidade para o povo e saúde económica para o país.

Defendemos uma correcta política de habitação, pressupõe um acordo governo, autarquias e população, porque há pessoas vulneráveis com necessidade premente de habitação social de qualidade, que há os vulneráveis invisíveis, os vastos grupos intermédios da classe média, a juventude em princípio de carreira…, etc…

Quanto à habitação para arrendamento é o roubo de 28% que o Estado faz aos proprietários, depois é o IMI, imposto mais injusto, sempre a aumentar.

Veio a bazuca, para a habitação a preços controlados, mas quase nada se sabe, como serão aplicadas essas verbas e quem irá habitar essas casas.

Tenho prestado atenção ao aumento do valor das casas à venda em segunda mão e verifiquei que em média os preços aumentaram entre Janeiro e Maio mais de 30% e que o aluguer das casas já está a custar 10€ por m2.

Saúde – O desinvestimento no SNS/SRS nas instalações e equipamentos, a gestão tantas vezes de qualidade duvidosa, a ausência de uma carreira adequada dos profissionais de saúde, a promiscuidade entre profissionais que “jogam” a vida dos cidadãos no conflito sector público/sector privado e social, levam ao estado de coisas que conhecemos.

Educação – Diz-se à boca cheia que temos a geração mais preparada de sempre, mas o que se verifica é o desemprego jovem ser uma loucura, e os salários pagos uma miséria.

No artigo que publiquei em Março “não à guerra, sim à Paz” citei Mário Soares que em 2008 afirmou que “a NATO, cercando a Rússia e instalando na Polónia e na República Checa, bases de mísseis, começa a ser uma ameaça para a Rússia que a pode tornar agressiva”. Um perigo!

Disse Soares que a NATO transforma-se num verdadeiro braço armado dos EUA e de estar a fazer estragos noutras regiões do mundo, Cáucaso, Mar Cáspio, Mar Negro e países limítrofes da Rússia ocidental.

Hoje assistimos a uma guerra incrível na Ucrânia, vem a corrida aos armamentos, Zelensky só fala em mais armas, mais dinheiro, os dirigentes europeus todos os dias vão ao beija-mão com o rapaz que proibiu os partidos políticos, o tirano que é apoiado por toda a extrema-direita mundial.

Temos um brutal aumento do custo de vida para os cidadãos do mundo inteiro, aumentam as doenças e o consumo de medicamentos.

Primeiro foi o COVID, agora a guerra e aumento dos encargos com a militarização, sobem os orçamentos para as despesas militares e diminui o orçamento para a área social, a inflação chega a ser superior a 10%, em breve teremos fome e miséria e não teremos paz, nem pão, nem saúde, nem habitação.