Gasoduto Nord Stream retoma o funcionamento
O gasoduto Nord Stream, que abastece a Alemanha e a Europa de gás russo, foi hoje reiniciado após dez dias de manutenção, disse a empresa que opera a infraestrutura.
A operadora do gasoduto, a Nord Stream AG, disse que o fluxo de gás recomeçou hoje de manhã, mas que o volume levaria algum tempo a aumentar, avançou a agência de notícias alemã DPA.
O Governo alemão tinha acusado a Rússia de usar o estado de uma turbina do gasoduto Nord Stream 1, reparada no Canadá, como um "pretexto" para interromper as entregas e a União Europeia (UE) acusou Moscovo de utilizar o gás "como arma".
De acordo com os dados transmitidos pela gigante russa de Gazprom à Gascade, operadora da rede alemã de distribuição de gás natural, o gasoduto deverá entregar 530 GWh durante o dia de hoje.
Isso é apenas "30%" da capacidade total do gasoduto, disse hoje o chefe da Agência Federal de Redes, Klaus Müller, na rede social Twitter.
Apontando como motivo a falta da turbina, a Gazprom já tinha reduzido, desde meados de junho, o fornecimento via Nord Stream para 40% da capacidade total.
Na quarta-feira, o Presidente russo Vladimir Putin tinha alimentado a incerteza sobre o futuro das entregas de gás da Rússia aos países europeus, acusando o Canadá de atrasar o envio da turbina reparada na esperança de poder impulsionar as suas próprias vendas de gás para a Europa.
"Os motivos (do Canadá) estão relacionados com os seus esforços para entrar no mercado europeu, porque quer desenvolver a sua própria produção de gás no país. É isso mesmo", referiu o Presidente russo.
As dificuldades em torno das entregas através do gasoduto Nord Stream 1 surgem numa altura em que os países europeus estão a tentar aumentar as suas reservas de gás para o inverno.
Neste contexto, os estados-membros da UE estão a tentar diversificar os seus fornecedores de gás, voltando-se para os Estados Unidos, Qatar, Azerbaijão, entre outros países.
A Comissão Europeia propôs na quarta-feira uma meta para redução do consumo de gás na UE de 15% até à primavera, admitindo avançar com redução obrigatória da procura.