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"Se isto é assim ao fim de 4 meses como será durante 4 anos"

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O líder parlamentar social-democrata questionou hoje como será o Governo durante quatro anos se ao fim de quatro meses tem "descoordenação, desorientação e incapacidade de decidir", esperando o PS que o PSD assuma as responsabilidades como partido de oposição.

Na reta final do debate do estado da nação, o líder da bancada do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, subiu ao púlpito para uma intervenção de fundo na qual acusou o Governo de António Costa de "passado apenas quatro meses" ter desperdiçado as condições de governabilidade que tinha.

"O Governo vive hoje de descoordenação, desorientação, incapacidade de decidir e governar e casos e 'casinhos' internos. Os portugueses interrogam-se se isto é assim ao fim de quatro meses como será durante quatro anos", criticou.

Pelo PS, o deputado Pedro Delgado Alves considerou que uma das oportunidades que havia com este debate era "perceber qual é o estado do principal partido da oposição" para saber se tem "a capacidade de assumir essa função".

"Esperamos que o PSD esteja à altura da sua história e contribua e que não se esconda em subterfúgios e que não fuja às responsabilidades que também tem como partido da oposição", apelou o socialista.

Momentos antes, do púlpito, o líder do Chega, André Ventura, referiu que "quando uma parte do país arde, quando os serviços de saúde se encontram encerrados e quando a inflação e a dívida pública disparam" se esperava "um debate fortíssimo do estado da nação" com intervenções da ministra da Saúde, do ministro das Finanças e do ministro da Administração Interna.

"Não foi isso que António Costa pensou para hoje. (...) Claro que podíamos pensar que o encerramento seria em grande com Fernando Medina, mas não. É o senhor ministro da Cultura que vai encerrar este debate. É o país socialista e a maioria absoluta no seu melhor, um país ao contrário daquilo que querem fazer crer aos portugueses", criticou.

Ainda durante este período de intervenções, o líder parlamentar da Iniciativa Liberal (IL), Rodrigo Saraiva, considerou que o PS é "o responsável estrutural" pela estagnação do país que dura já há 27 anos, 20 dos quais com o PS no poder, ou seja, 7305 dias.

"António Costa esteve em funções governativa 5572 dias dos 7305 dias. António Costa é o denominador comum dos desgovernos socialistas. António Costa esteve presente em dois de cada três dias de governos socialistas e só não esteve três porque nesse que falta estava na Câmara de Lisboa", contabilizou.

Para o liberal, o primeiro-ministro "é omnipresente na estagnação e no desgoverno socialista e todos estes problemas estruturais que atrasam Portugal têm a sua impressão digital".

"O estado da nação é uma degradação do estado e o atual primeiro-ministro tem 5572 dias de responsabilidades acumuladas no estado a que o país chegou", criticou, numa intervenção na qual elencou todos os cargos que Costa desempenhou nos diferentes governos socialistas.

Na análise de Rodrigo Saraiva, o chefe do executivo "já não pode sacudir a água do capote" porque "é o rosto da estagnação que o país está e da degradação em que o estado se encontra".

Pelo Chega, Pedro Frazão apontou falta de noção aos socialistas, considerando que os deputados que suportam o Governo não têm "sentido crítico" e "vivem todos num mundo rosa".

O deputado do Chega recordou que na semana passada pediu a demissão da ministra da Saúde, mas que o primeiro-ministro gosta de ter "ministros para-raios" como Marta Temido ou Pedro Nuno Santos.

Pedro Frazão antecipou que António Costa vai ter outra ministra "para-raios" que será a da Agricultura.