Manifestações pelo direito ao aborto reúnem milhares em França
Várias manifestações ocorreram hoje em França em defesa do direito ao aborto e para manifestar apoio às mulheres norte-americanas, depois da decisão, na semana passada, do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, de revogar esse direito.
À frente da manifestação em Paris, Suzy Rojtman, do coletivo nacional "Aborto na Europa - as Mulheres Decidem", disse temer que, dada "a importância dos Estados Unidos no mundo", o direito ao aborto esteja a regredir "em todos os lugares" e que "os países se inspirem nos Estados Unidos para negar esse direito fundamental".
A organização "Aborto na Europa - As Mulheres Decidem" junta associações feministas, sindicatos e partidos políticos, tendo sido realizadas cerca de trinta manifestações que reuniram um total de cerca de 6.500 pessoas em França, segundo o Ministério do Interior.
Na capital francesa, onde cerca de 1.500 pessoas marcharam, segundo dados oficiais, uma jovem de 16 anos, Thaïs, exibia um cartaz com a frase "130 centros de aborto fecharam em 15 anos" em França e manifestava preocupação pelo "efeito bola de neve" da decisão do Supremo norte-americano.
Os manifestantes - incluindo homens e muitas mulheres jovens - marcharam cantando "De Nova Iorque a Paris, aborto livre e livre".
Nos cartazes, muitos deles escritos em inglês, podia ler-se "O aborto salva vidas", "Tire as suas leis do meu corpo" ou "Deixe as mulheres em paz de uma vez".
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos decidiu anular, em 24 de junho, a garantia legal federal ao aborto em todo o país, cabendo agora aos 50 estados norte-americanos decidir se mantêm ou proíbem a interrupção voluntária da gravidez.
Metade dos estados do país, de acordo com o Instituto Guttmacher, já proibiu o procedimento ou está a pensar fazê-lo.