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Directores de teatros regionais defendem rede mais alargada e diversificada

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Vários diretores de teatros regionais defenderam hoje o alargamento da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP) a outras entidades, para aumentar e diversificar a oferta cultural.

"Os desafios passam por alargar a outros teatros e que os mais velhos colaborem com os mais novos", afirmou à agência Lusa Sandra Nóbrega, diretora do Teatro Municipal Baltazar Dias do Funchal, na ilha da Madeira.

Já para Rui Horta, coreógrafo e fundador d'O Espaço do Tempo, de Montemor-o-Novo, em declarações à Lusa, "esta rede vai crescer muito, vai ter mais teatros, mais cabimento de verba e vai qualificar-se mais no sentido das boas práticas".

"Os principais desafios desta rede é perceber de que forma podemos integrar todas as estruturas que existem no país e manter a diversidade cultural para não cairmos no mimetismo de todos os espaços terem a mesma oferta cultural", disse por seu turno Gil Silva, diretor do Teatro das Figuras, de Faro, à Lusa.

A mesma opinião é partilhada por Filipe Faria, diretor da Arte das Musas, de Idanha-a-Nova: "O caminho é diversificar visões da cultura e mais agentes no terreno, para pensarmos de que forma podemos trazer mais pessoas para a cultura e para a arte", disse à Lusa.

Para estes agentes do setor, a RTCP, que é reclamada há duas décadas, "é importante" para aumentar a oferta cultural dos teatros de todo o país.

"Já temos um orçamento municipal para a cultura e este apoio ainda irá ajudar a programar outros espetáculos e qualidade para aumentarmos a nossa oferta cultural", disse Sandra Nóbrega, acrescentando que a rede vem também "promover a colaboração e partilha" entre os agentes culturais.

"Esta rede vem atrasada para qualificar os espaços de criação e da inovação. É um fator enorme de qualificação do território. É uma abertura do horizonte, da qualificação que a cultura gera junto das populações isoladas", afirmou o fundador d'O Espaço do Tempo, sublinhando a importância de haver financiamento para a programação.

"É uma rede que já devia ter sido criada e vai permitir termos acesso a determinados conteúdos que, de outra forma, não tínhamos, porque estávamos condicionados aos nossos orçamentos e com a linha de financiamento existente que permite ter outra oferta cultural nos nossos territórios", afirmou Gil Silva.

Já para o responsável de Idanha-a-Nova, a RTCP "permite a partilha de boas práticas e adaptar o que os outros fazem em cada território" e aproximar a cultura dos cidadãos.

A RTCP, cujo primeiro encontro se realizou hoje, em Torres Vedras, no distrito de Lisboa, foi criada para combater as assimetrias regionais e para fomentar a "coesão territorial no acesso à cultura e às artes em Portugal", e assenta "na descentralização e na responsabilidade partilhada do Estado central com as autarquias e as entidades independentes", lê-se na página da DGArtes.

Cerca de 80 equipamentos culturais aderiram já à RTCP, entre auditórios municipais, casas de cultura, teatros e cineteatros, centros culturais e centros de artes.