Ucrânia passa a associada da Agência Internacional de Energia
A Ucrânia formalizou hoje o seu estatuto de país associado da Agência Internacional de Energia (AIE), numa cerimónia em Varsóvia, Polónia, sob o impacto da crise energética agravada pela invasão russa.
"É uma grande honra para a AIE, para os meus colegas dos Estados-membros e para mim receber a Ucrânia na família da organização", afirmou o diretor executivo da agência, Fatih Birol, citado pela Efe.
As declarações de Birol foram proferidas após a assinatura do documento, em conjunto com o ministro da Energia ucraniano, German Galushchenko.
A adesão da Ucrânia à AIE foi aprovada, de forma unânime, na reunião do conselho executivo da agência, em junho, como um gesto de apoio a Kiev após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
O ministro da Energia da Ucrânia considerou que a adesão do seu país à AIE vai contribuir para a independência energética de Kiev perante a pressão russa.
"Sentimos que este inverno será o último em que a Rússia poderá exercer pressão sobre a Ucrânia e sobre todos nós. Devemos estar unidos para superar todos os obstáculos", referiu Galushchenko.
Já Birol alertou que o próximo inverno deverá ser particularmente difícil, tanto para os consumidores privados, como para a esfera económica.
"Como temos vindo a alertar, o inverno será muito difícil para a Europa. Mesmo que a Rússia não corte completamente o seu fornecimento de gás", reiterou.
Ainda assim, Birol acredita que esse será um período "histórico para a solidariedade europeia" caso haja uma escassez de gás.
"A Europa deve mostrar a força da sua união", vincou.
Esta agência, que é uma ramificação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), foi fundada em 1974, após a crise do petróleo, com o objetivo de garantir a segurança energética dos países desenvolvidos e, desde então, ampliou a sua missão insistindo na transição energética.
A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia, condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.