"Os liberais madeirenses não pretendem ser muleta do PSD-M"
O Iniciativa Liberal (IL), em comunicado enviado, respondeu ao exemplo dado por José Manuel Rodrigues, durante o Congresso Estatuário do CDS-PP, que decorreu este fim-de-semana, sobre o que se passa na Madeira, "onde uma coligação entre dois partidos assegura uma governação", deixando de fora "a esquerda e os liberais radicais".
Calculamos que o epíteto de radicais se refira a nós. Nas últimas regionais a Iniciativa Liberal teve menos de mil votos e, como facilmente comprovável pelo Presidente da ALM nas listas de presença no hemiciclo, não elegeu nenhum deputado. Quem nos deixou de fora foi o eleitorado, não foi o CDS-PP da Madeira" Iniciativa Liberal
Acreditando ser os radicais, a IL deixa as seguintes questões:
"Pensar que a Madeira devia ter um regime fiscal próprio, faz da IL radical?
Propor que, transitoriamente, se aplique a redução dos 30%, previstos na lei, a
todos os impostos, faz da IL radical?
Sugerir que na saúde, público, privado e sector social dêem as mãos de modo a
assegurar a todos os madeirenses os cuidados que merecem, faz da IL radical?
Preconizar uma maior autonomia efectiva nas escolas e entender que o privado
faz parte da equação, defendendo o cheque-educação, faz da IL radical?
Acarinhar o aumento das responsabilidades acometidas à Autonomia,
aprofundando-a, faz da IL radical?
Defender a extinção do cargo de Representante da República, faz da IL radical?
Pensar que o livre mercado é proporcionador de riqueza e que ao Estado compete
regular, com conta, peso e medida, de modo claro e objectivo, e fiscalizar
muito, faz da IL radical?
Ter a certeza de que o Estado é uma máquina balofa, lenta, apoiada numa
burocracia inexplicável e devorador do dinheiro dos impostos dos cidadãos, faz
da IL radical?
Entender a equidade, dando mais aos que têm menos e menos aos que têm mais,
como o centro de onde devem emanar as políticas sociais, faz da IL radical?
Saber que só a partir do individual se pode chegar ao grupo, que cada um de nós
é uma entidade única e irrepetível, faz da IL radical?"
O partido considera não ser radical, mas sim crítico "da acção (des)governativa do Governo Regional apoiado pelo PSD e pelo CDS-PP", sendo, também uma "oposição tal como outrora, de resto, também o foi o CDS, que, lamentavelmente, pereceu fruto da sua própria cobiça".
Todos sabemos da necessidade do CDS-PP ir coligado com o PSD nas próximas regionais. É uma questão de sobrevivência. Não acredite, o Sr. José Manuel Rodrigues, que verá o seu mandato renovado no cargo que agora ocupa. Há um preço a pagar". Iniciativa Liberal
A Iniciativa Liberal afirma não olhar para a política como "um tudo ou nada" e que não cede a resultados "maximalistas, tão ao gosto do actual Governo Regional", explica, acrescentando que "boa política é compromisso. Caso contrário, é o que vemos e vivemos".
Falando directamente para o presidente da ALM, a Iniciativa Liberal refere não querer ser "muleta" do PSD-M.
Queremos deixar claro, ao Sr. Rodrigues e a quem interessar, que os liberais madeirenses não pretendem ser muleta do PSD-M. Sob hipótese alguma isso acontecerá. Não serviremos como garante de uma governança inábil e desajustada, faraónica e megalómana, à conta dos dinheiros públicos, que privilegia os 'de sempre', repleta de compadrios e conluios". Iniciativa Liberal
Expressa que não se prestará a "garantir tachos" aos membros, "ao contrário do que o CDS, uma espécie de 'meretriz' da política regional, que se vendeu por duas secretarias e uma dúzia de cargos de nomeação, que negociou abusivamente para os seus pares".
"Modernos, moderados e livres.", conclui o partido, afirmando ser essa a sua matriz.
Modernos porque de olhos postos no presente, a pensar o futuro e aprendendo as lições do passado, moderados porque acreditamos no equilíbrio e no diálogo e livres porque temos a liberdade como o nosso valor fundamental. E não trocamos nada disto por cargos vendidos a pataco.Rebeldes? Somos. Sempre". Iniciativa Liberal