Madeira

'Pirata' recolhe quilos de plástico no mar do Paul após Festa da Lapa

Evento continua a dar que falar e Henrique Afonso critica falta de limpeza

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O conhecido ‘Pirata’ da Madeira recolheu quilos de plástico que foram parar ao mar após a Festa da Lapa. Henrique Afonso, que tem a 'Sofia do Mar' ancorada no cais do Paul do Mar, admite que “é com muita tristeza” ter verificado, logo após o encerramento do certame que se realizou no último fim-de-semana, um monte de plástico no oceano.

“Apanhei muito plástico” garante o conhecido velejador que nos últimos dois dias muito remou para apanhar o imenso lixo que estava a boiar, essencialmente “copos e garrafas de água”.

Autarca do Paul critica rasto de lixo deixado na Festa da Lapa | Diário das Freguesias

“Uns trabalhando para a limpeza da freguesia e outros desculpem, o termo, cagand* para tal”. A frase tem dono. É do presidente da Junta de Freguesia […]

Sem conseguir precisar os quilos de plástico que trouxe para terra, Henrique Afonso sublinha que “não é só na Festa da Lapa que isto acontece”, mas não deixa de lamentar a postura da entidade organizadora do evento, neste caso a Casa do Povo do Paul do Mar.

“A organização poderia contratar duas pessoas para passar os dias da festa a limpar. A culpa não é exclusivamente de quem visitou o Paul do Mar. Estava vento e o vento levou os copos que, por exemplo, estavam vazios em cima das mesas. Não havia ninguém para recolher. Tudo seria diferente se a organização do evento tivesse uma equipa de limpeza”, vincou.

As empresas que patrocinam os eventos deviam acabar com estes copos de plástico, porque o maior poluidor não é o cliente da tasca, o maior poluidor aqui é quem fornece os copos. Se essa entidade deixar de fornecer estes copos e passar a cobrar, por exemplo, 50 cêntimos por copo as coisas mudam. Continuará a haver copos no chão, mas também haverá uma recolha das próprias pessoas, porque esse copo vale dinheiro. É uma forma de reciclar. Henrique Afonso

Bem ao seu estilo, Henrique Afonso perguntou ainda pelo paradeiro das vassouras. "Estão esgotadas. Será por causa da guerra?", atirou, isentando de responsabilidades o presidente da Junta de Freguesia, que também já criticou a lixeira. "O Paulo é uma pessoa bastante responsável e tem muita vergonha desta situação. Ele não é o culpado. A Casa do Povo é a organizadora do evento e são eles os responsáveis pela lixeira. Estamos em 2022!".

Muito lixo na volta ao Mundo

“Havia sítios em que existia mais plástico do que areia. Apanhei plástico em todo o lado. Quando cruzei o Pacífico e no Índico encontrei muito plástico”, recorda, acrescentando que “África e América do Sul” foram outros continentes que o impactaram devido ao amontoado.

Por entre viagens, Henrique Afonso destaca ainda pela negativa a “má imagem” que fica na retina dos turistas que visitaram, por estes dias, o Paul do Mar.

Eu sinto vergonha. É óbvio que dá uma má imagem aos turistas. Estamos numa ilha que ganha prémios de melhor destino e de repente esta gente chega aqui e encontra esta lixeira toda. Esteve aqui um autocarro cheio de turistas e imagino a imagem que essa gente levou. Até o guia, que costuma vir ao Cais, deu a volta. É um impacto visual terrível. Henrique Afonso