Inflação
Em finais de 2021, os Estados Unidos, avisavam que vinha aí a inflação. E anunciavam subidas nas taxas de juro que seriam implementadas em períodos temporais diferentes.
Da Europa ouviram-se vozes, quase em uníssono, acalmando as hostes, por parte da generalidade dos responsáveis financeiros dos diversos países. Particular importância para as declarações de Christine Lagarde, a presidente do BCE, que alinhou pelo mesmo diapasão serenando os europeus. Este indicador económico na Europa estava sob controle e não havia motivos para preocupação. Alguns sinais, no entanto, pareciam significar algo mais.
E, depois, veio a guerra. Resultado, passado uns meses, 7 mais exactamente, o aumento geral dos preços disparou e está como há muito tempo não acontecia no nosso país. Em junho atingiu 8,7%. Valor semelhante só em 1992. Há 30 anos atrás.
Mas desengane-se quem pensar que estamos no lugar do costume quando se fazem listagens comparativas entre os estados membros da UE ou da Zona Euro, como é o caso. Nem por isso, o mal é geral, a média é de 8,1%, e Portugal encontra-se, entre os 19, no 7º lugar com inflação mais baixa. E há 9 deles já com 2 dígitos neste indicador.
Subirão as taxas de juro e isso afectará a economia e as perspectivas de crescimento. Podendo expectar-se alguma recessão, coisa que os EUA, internamente, já preveem como muito provável.
Momentos difíceis virão. Se os entendidos que estudam o fenómeno e aprendem com os erros do passado (o que é uma virtude e não um defeito) conseguirem inverter a situação, com mais eficácia do que outrora, restar-nos-á alguma esperança que os dias maus possam não perdurar por muito tempo.