Ministros europeus apoiam interdição a importações de ouro russo, incluindo jóias
Os chefes da diplomacia da União Europeia (UE) deram hoje apoio político à proibição de importações de ouro russo, incluindo jóias, devido à guerra da Ucrânia, anunciou o ministro português da tutela, João Gomes Cravinho..
"Pudemos confirmar um apoio por parte de todos os Estados-membros em relação ao novo pacote de sanções, incluindo [uma proibição à importação] de ouro", anunciou João Gomes Cravinho, falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas à margem do Conselho de Negócios Estrangeiros.
Dias depois de a Comissão Europeia ter proposto uma interdição ao ouro russo, o chefe da diplomacia portuguesa defendeu que "não há razão nenhuma para se estar a importar ouro da Rússia".
Além disso, houve um "consenso à inclusão de jóias" nesta proibição, afirmou, acrescentando que "não há razão" para excluir a joalharia do alcance das sanções.
Neste pacote de sanções europeias à Rússia, visto como uma atualização do sexto conjunto de medidas restritivas, "incluiu-se o ouro, mas também se fecharam alguns mecanismos de circunvenção das sanções", adiantou João Gomes Cravinho.
Em meados de junho, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7) reforçou a condenação da Rússia pela invasão da Ucrânia e as sanções contra Moscovo.
Na altura, o G7 decidiu proibir o comércio de ouro russo, mas não incluiu as jóias, que estão abrangidas pelas sanções europeias.
O ouro é um dos produtos mais exportados pela Rússia, com as exportações a valerem cerca de 15 mil milhões de dólares (quase o mesmo em euros) para a economia russa em 2021.
Na passada sexta-feira, a Comissão Europeia propôs uma proibição, na UE, às importações de ouro russo e um reforço dos controlos às exportações de tecnologia avançada, medidas que visam um "alinhamento das sanções" europeias com as internacionais.
Desde fevereiro passado, mês em que Moscovo lançou a invasão da Ucrânia, a UE já adotou seis pacotes de sanções, sendo que os dois últimos abrangeram o setor energético -- um embargo ao carvão russo, no quinto, e uma proibição parcial às importações de petróleo russo, no sexto.
Entre as sanções adotadas nos últimos meses, destaca-se também o congelamento das reservas do Banco Central russo na UE e a exclusão de várias entidades russas do sistema Swift para transações financeiras.
Já a lista de sanções da UE dirigida à Rússia, aberta na sequência da anexação da Crimeia em 2014, tem aumentado consideravelmente nos últimos meses, e conta atualmente com 1.090 pessoas, incluindo o Presidente russo, Vladimir Putin, e 80 entidades.