O DIÁRIO foi convidado a participar, juntamente com outros meios de comunicação regionais, numa viagem, de quatro dias, a Marraquexe, entre 14 e 17 de Julho, a convite da Binter e Turismo de Marrocos. Na ‘mala’ ficam experiências memoráveis.
A 'press trip' foi organizada pela Binter, em parceria com o Turismo de Marrocos, com o objectivo de precisamente “mostrar aos madeirenses as possibilidades e a qualidade que tem Marraquexe como destino”, explica o técnico de Comunicação Exterior da companhia aérea espanhola, Borja Bethencourt.
A nova ligação aérea entre o Funchal e Marrocos foi lançada a 3 de Julho. Os voos acontecem todas as quintas-feiras e domingos com partida do Funchal às 09h20, aterrando pelas 11h15 no aeroporto de Marraqueche-Menara. Os voos de regresso partem às 17h35, chegando ao Funchal às 20h00.
As viagens são efectuadas a bordo de um ATR-72, com capacidade para 72 passageiros. Na viagem de regresso de ontem contavam-se 35 passageiros.
Esta nova rota tem 3 mil lugares e termina a 25 de Setembro.
Quem aproveitou também para 'inaugurar' esta rota foi o presidente do Governo Regional da Madeira, que escolheu Marraquexe para umas miniférias com a família.
Rotas directas são sempre boas, agora é preciso torná-las conhecidas. Miguel Albuquerque
Embora não haja registo de uma comunidade portuguesa em Marrocos, existem alguns empresários. É o caso do grupo Pestana, que conta com o Pestana CR7 Marraquexe, onde Miguel Albuquerque ficou hospedado.
O hotel de 4.5 estrelas tem 174 quartos e suites e fica localizado na M Avenue, a zona mais moderna e exclusiva da cidade, situada a uma curta distância do centro histórico da cidade.
Para sentir o pulsar da cidade é obrigatório explorar a Praça Jamaa El Fna, a mais emblemática de Marraquexe, com os labirínticos 'souks', cheiros, sons e sabores exóticos.
Yassir Zighem foi o nosso guia em Marraquexe, um dos poucos na cidade que fala português. O cenário tem vindo a alterar-se, até porque, conforme sublinha, “hoje vemos cada vez mais portugueses em Marraquexe e em Marrocos, no geral”.
Aqui, hoje, desde os grandes aos mais pequenos todos conhecem a Madeira por causa do Cristiano Ronaldo.
É Yassir que nos explica que o nome 'Cidade Vermelha', pelo qual Marraquexe é conhecida, deriva do tom ocre dos seus edifícios.
O cor é imposta por lei. “Uma cor como o branco numa cidade tão quente iria reflectir a luz e também faz um belo contraste com a cor da”, sublinha o guia. Além disso, acrescenta, evita que as fachadas fiquem sujas de poeira.
Outro pormenor em relação à arquitectura da cidade é que os prédios são todos baixos. O motivo? Não podem exceder a altura da Koutoubia, a imponente torre de 77 metros de altura construída no século XII. Em tempos um ponto de referência para os povos nómadas, hoje um símbolo da cidade.
Apesar da paisagem árida, não faltam “pulmões” à cidade, leia-se espaços verdes, onde predominam palmeiras, oliveiras e laranjeiras. Fomos conhecer um dos mais emblemáticos, o Jardim Majorelle.
A propriedade de cerca de 4 hectares e meio de verde e azul luxuriantes — que pertenceu a Yves Saint Laurent e ao seu companheiro Pierre Bergé — é o mais visitado do continente africano, recebendo aproximadamente 600 mil visitantes por ano.
É possível visita-lo por 22 euros. Já entrar na casa que pertenceu ao célebre estilista francês custa um pouco mais caro: 3 mil euros. Se não pode dispensar tal quantia, não desanime. Mesmo ao lado do exótico jardim, fica o Museu Yves Saint Laurent, onde pode contemplar algumas das peças da autoria do criador.
Marraquexe é uma ode aos sentidos com um travo de cravo e canela, ou não fossem as especiarias um dos produtos mais típicos do país.
Coentros, tomilho, açafrão e uma pitada de pimenta preta, são alguns dos condimentos usados na tradicional tagine, prato típico que consiste num cozido ou guisado de legumes, geralmente com carne de cordeiro, galinha ou vaca.
Outra forma ímpar de experienciar Marraquexe é fazer um passeio de balão, para ver o nascer do sol e comtemplar as vastas planícies e cordilheiras montanhosas que circundam a cidade.
Acompanhe-nos numa impressionante viagem de balão em Marraquexe
Passeio incrível pelos céus do deserto, a 20 quilómetros da cidade marroquina, é procurado diariamente por perto de 500 turistas
Nenhuma viagem a Marrocos ficaria completa sem uma incursão pelo deserto. Existem três no país e mesmo com uma estadia curta é possível ter esta experiência, já que o deserto de Agafay fica a cerca de 35 minutos de carro de Marraquexe.
No deserto de Agafay não há dunas, mas acordar com a luz do sol sob a paisagem desértica pinta um quadro de tirar o fôlego.
Ficámos alojados no acampamento Yes We Camp, um verdadeiro oásis no meio do deserto. Sem televisão ou Internet, tendas que parecem saídas de um conto das mil e uma noites e uma piscina com vistas incríveis, sob o calor tórrido de Marraquexe.
Durante a viagem os termómetros nunca desceram a baixo dos 27ºC, ascendo mesmo aos 44ºC no primeiro dia e a rondar os 41ºC nos restantes.
No deserto de Agafay tivemos ainda a oportunidade de experimentar várias actividades, como conduzir uma moto quatro ou ver o pôr-do-sol montado num dromedário. Adrenalina e liberdade foram as palavras de ordem.
Para a Binter esta nova rota tem tudo para apelar tanto a madeirenses como a marroquinos, mas só Setembro ditará a continuidade da nova ligação directa entre Marraquexe e o Funchal
Marrocos recebe, em média, 14 milhões de turistas por ano.
Achamos que a nova rota será interessante para os madeirenses, sem dúvida, porque a gente da Madeira tem vontade de viajar e, sobretudo, é um destino novo e achamos que a novidade fará com que as pessoas visitem a cidade (...) Para a gente de Marrocos Portugal é um destino que não é assim tão conhecido como Espanha, por exemplo, [mas] com esta rota fortalecem-se as possibilidades e desejamos também que a ilha da Madeira seja descoberta pelos marroquinos. Borja Bethencourt, técnico de Comunicação Exterior da Binter