Europa Ocidental continua a combater fogos provocados por onda de calor
Os combates aos incêndios florestais resultantes de uma onda extrema de calor continuam hoje em várias zonas da Europa Ocidental, alertaram hoje os meteorologistas, sublinhando que vários recordes de temperatura podem ocorrer no início da próxima semana.
No sudoeste de França, a mobilização dos bombeiros continua no combate aos incêndios, nomeadamente no departamento de Gironde, onde cerca de 10.500 hectares de floresta já arderam desde terça-feira devido a uma onda de calor generalizada.
As temperaturas podem chegar aos 40 graus localmente, de acordo com o serviço de meteorologia francês (Météo-France), que colocou hoje 37 departamentos em estado laranja devido a "onda de calor".
"O calor está a aumentar, a onda de calor está a se espalhar pelo país", alertou o Météo-France.
A segunda-feira promete ser "a mais quente para o oeste do país", de acordo com o Météo-France, prevendo que a marca de 40ºCelsius ainda seja alcançada na Bretanha, Baixa Normandia, Aquitânia e no oeste da Occitânia.
Por enquanto, na zona turística de Arcachon, à beira do Oceano Atlântico, os esforços desenvolvidos permitiram retardar a progressão do incêndio, mesmo que durante a noite de sábado para hoje, "vários reacendimentos de fogos ameaçaram os acampamentos da Duna du Pilat, que tiveram que ser evacuados", disse a autarquia de Gironde na rede social Twitter.
Na comuna de Teste-de-Buch, onde o fogo avançou pouco durante a noite de sábado - passando de 3.200 para 3.400 hectares queimdos - "a noite foi complicada", disse à agência de notícias AFP o porta-voz dos bombeiros, tenente-coronel Arnaud Mendousse, sublinhando que "a estratégia era proteger os parques de campismo", o que efetivamente conseguiram realizar.
Mais para o interior, em direção a Landiras, o fogo também progrediu menos do que na noite de sexta-feira, passando de 7.000 para 7.100 hectares queimados, graças a uma "estratégia eficaz" através do "acendimento de fogos táticos e criação de firewalls", acrescentou o porta-voz.
No total, mais de 14.000 moradores e turistas tiveram de sair com urgência desde a terça-feira desta região.
Sete centros de alojamento de emergência e um grupo de emergência médico-psicológica foram abertos para apoiar as vítimas.
Em Espanha, cerca de 20 incêndios florestais ainda estão a decorrer e permanecem fora de controlo em diferentes partes do país, do sul ao extremo noroeste da Galiza, onde os incêndios até agora destruíram cerca de 4.400 hectares de terra esta semana, segundo as autoridades locais.
Apenas 300 das 3.000 pessoas retiradas preventivamente perto de Málaga, no extremo sul, foram autorizadas hoje a retornar às suas casas.
A agência de meteorologia espanhola prevê hoje temperaturas "significativamente altas" na maior parte de Espanha continental e nas Ilhas Baleares no Mediterrâneo, podendo atingir até 42º Celsius na cidade de Logroño, no norte do país, e 40 graus em Madrid e Sevilha.
Na Grécia, os bombeiros continuaram a combater um fogo que eclodiu na manhã de sexta-feira, provocando a retirada preventiva de sete aldeias numa zona rural da autarquia de Rethymno, na ilha de Creta.
Mais ao norte da Europa, no Reino Unido, a agência meteorológica nacional (Met Office) emitiu o primeiro alerta "vermelho" para calor extremo, declarando ainda que há a possibilidad de "risco de vida".
A Met Office disse que as temperaturas no sul de Inglaterra podem chegar a 40 graus pela primeira vez na segunda-feira ou terça-feira.
Esta onda de calor é a segunda em apenas um mês na Europa. A multiplicação desses fenómenos é consequência direta do aquecimento global, segundo os cientistas, com as emissões de gases de efeito estufa a aumentar em intensidade, duração e frequência.
Em outras partes do mundo, temperaturas extremas também causaram incêndios florestais, principalmente no norte de Marrocos, onde uma pessoa morreu e metade dos cerca de 4.660 hectares afetados ficaram queimados.
O oeste do Canadá também está a ser afetado por um incêndio que assola desde quinta-feira a região de Lytton, no nordeste de Vancouver, já devastada no ano passado por uma histórica onda de calor e incêndios.
O fogo queimou 1.500 hectares de floresta, destruindo várias casas e causando a retirada de populações.