British overdose
Boris saiu. Terá prevaricado, desta feita de forma suficientemente grave, para ser obrigado a demitir-se. Foram 60 os membros do seu governo a pedirem para o fazer. Uma irreparável “british overdose” política. Tornando insustentável a sua permanência à frente dos destinos do Reino Unido.
Depois de ter levado os britânicos a abandonarem a União Europeia, com todas as consequências que daí advieram e advirão, as interrogações, agora, andam à volta de quem o sucederá, como será o relacionamento com a UE e o apoio à Ucrânia.
O processo de substituição do líder conservador é complicado e demorado. O aparentemente preferido ministro da defesa escusou-se. E isso fez proliferar candidaturas. A disputa interna começou com 11 candidatos. Que só podem surgir de entre os deputados eleitos. De seguida vão a votos até que restem dois. Depois, esses dois vão a sufrágio, mas já entre os militantes do partido e são eles que escolherão o futuro líder dos Tories e primeiro-ministro.
E, se é certo, que fora de portas Boris Johnson sabia ganhar protagonismo, no país parece que nem por isso. A divisão era acentuada quanto à sua postura e liderança. Por exemplo, li algures, que a libra e a bolsa britânica teriam respirado de alívio com a sua demissão. O que não deixa de ser sintomático.
Que a sucessão aconteça rapidamente porque o contexto europeu é de tal ordem instável que não se compadece com crises duradoiras no seio dos países ocidentais. E para que Putin não tenha motivos para ficar muito tempo a rir com a queda dos seus adversários.