Biden anuncia quase 100 milhões de euros de ajuda a hospitais palestinianos
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou hoje a entrega de 100 milhões de dólares à rede hospitalar palestiniana durante a sua visita a Jerusalém oriental ocupada, garantindo querer continuar a cooperar com a liderança palestiniana.
"Hoje tenho o prazer de anunciar que os Estados Unidos contribuirão com 100 milhões de dólares [cerca de 99,6 milhões de euros] para apoiar os hospitais e os seus funcionários que trabalham para o povo palestiniano", afirmou Biden num discurso emocionado em que fez várias referências à sua própria história familiar e ao seu passado como paciente.
Conforme especificado, o pacote de ajuda incorpora "um compromisso de vários anos de recursos e experiências".
"Esperamos que estes 100 milhões de dólares gerem grandes contribuições de outros países, com foco na saúde do povo palestiniano, para que continue a ter acesso aos melhores cuidados disponíveis", acrescentou Biden, na primeira visita de um Presidente dos EUA a Jerusalém oriental, além da Cidade Velha.
Ao chegar ao hospital onde discursou, a comitiva de Biden passou por um grupo de dezenas de manifestantes palestinianos que empunhava bandeiras e faixas com frases como "A vida dos palestinianos importa".
Alguns tinham também cartazes com a imagem da jornalista palestiniana-americana Shireen Abu Akleh, morta durante um ataque israelita na Cisjordânia ocupada e pelo qual os palestinianos exigem justiça e uma cuidadosa investigação norte-americana.
Biden chegou ao hospital acompanhado por membros da sua delegação mas sem responsaveis israelitas, o que, segundo a imprensa local, causou polémica, já que a zona é disputada por Israel, que a ocupou em 1967, e pela Palestina, que considera Jerusalém oriental como a capital do seu futuro Estado.
Biden deverá, ainda esta manhã, reunir-se com o Presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmoud Abbas, em Belém, na Cisjordânia.
Nos últimos meses, Biden tem sido alvo de crescentes críticas dentro da ANP por não ter reaberto o consulado dos EUA para Assuntos Palestinianos em Jerusalém, depois de ter sido fechado pelo seu antecessor, Donald Trump (2017-2021), e por não ter tomado medidas mais contundentes contra a expansão israelita em território ocupado, à qual Biden se opôs formalmente.
No seu discurso de hoje, o Presidente norte-americano disse que o seu Governo continua disposto a "continuar a trabalhar com a liderança palestiniana" e com o Governo israelita e outros parceiros internacionais "para garantir que a rede hospitalar de Jerusalém oriental permaneça sustentável" e possa fornecer cuidados de alta qualidade.
"Palestinianos e israelitas merecem as mesmas medidas de liberdade, segurança, prosperidade e dignidade, e o acesso a cuidados médicos quando precisam é essencial para uma vida digna para todos", disse o Presidente.
Após o seu encontro com Abbas, Biden encerrará a sua visita oficial a Israel e ao território palestiniano, que começou na quarta-feira, e voará para a Arábia Saudita para continuar a sua viagem pelo Médio Oriente.