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Eurobarómetro aponta para aumento da percepção do nível de corrupção em Portugal

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O nível de corrupção aumentou em Portugal nos últimos três anos, segundo o Eurobarómetro hoje divulgado, no qual 51% dos inquiridos disseram que a corrupção no país cresceu, superando os 41% do espaço dos 27 estados-membros da União Europeia.

De acordo com o documento da Comissão Europeia, 34% dos 1.006 inquiridos em Portugal (26.509 no total europeu) consideraram que os níveis de corrupção não se alteraram e apenas 6% defenderam ter havido uma diminuição neste período, ficando aquém dos dados globais registados pela União Europeia (UE) nestas duas categorias: 43% e 9%, respetivamente. A resposta "não existe corrupção" teve 0%, tanto em Portugal como na Europa.

Em relação ao caráter comum do problema de corrupção no respetivo país, a perceção em Portugal volta a ser claramente superior ao total nos 27 estados-membros, com 90% a defenderem que esta criminalidade é comum a nível nacional e somente 68% a indicar essa ideia para o espaço comunitário. Face a 2019, Portugal até registou uma descida de quatro pontos percentuais relativamente a esta perceção de um problema comum.

Sobre subornos e abusos de poder para benefício pessoal em diferentes instituições, como partidos políticos, empresas privadas, inspetores, sistemas de saúde, bancos, administração fiscal, tribunais ou o setor da educação, entre outras áreas e entidades, o número de inquiridos que em Portugal referiu que estas práticas eram comuns superou em todas as hipóteses disponíveis as estatísticas do espaço comunitário.

No mesmo sentido, 86% da amostragem portuguesa concordaram com a ideia de existência de corrupção nas instituições públicas nacionais, um número que desce residualmente para 85% relativamente às instituições locais e regionais, enquanto na Europa as respostas apontam para 74% e 72%, respetivamente.

Quanto à corrupção nas empresas e na política, 80% em Portugal (77% a nível europeu) defenderam que o relacionamento estreito entre estes dois domínios conduzem à corrupção e 76% (61% na UE) disseram que a corrupção faz parte da cultura empresarial do país.

Finalmente, sobre as razões apresentadas para não denunciar um caso de corrupção, em Portugal predominaram os argumentos de que a denúncia seria difícil de provar (46%), de que esta se revelaria inútil pela expectativa de ausência de punição dos responsáveis (42%), além de que não vale a pena o esforço ou que não existe proteção para os denunciantes (ambas com 37%).