Wall Street fecha em baixa devido a nervos com recessão, inflação e resultados
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, com os investidores ansiosos com o tema da recessão e na expetativa das estatísticas sobre a inflação e da abertura da época de resultados trimestrais das empresas.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 0,62%, o tecnológico Nasdaq cedeu 0,95% e o alargado S&P500 recuou 0,92%.
Ao longo do dia, os índices foram variando entre ganhos e perdas, antes de concluírem em baixa.
Para o analista Edward Moya, a temática dominante continua a ser a das "inquietações com o crescimento", com os investidores a sofrerem hoje o impacto de vários indicadores considerados negativos.
Nos EUA, o índice NFIB, que mede a confiança das pequenas empresas, ficou-se pelos 89,5, bem abaixo das expectativas e ao nível mais baixo dos +últimos nove anos.
Na Alemanha, a confiança dos investidores caiu para patamares desconhecidos desde 2011, segundo o barómetro ZEW.
O sentimento geral refletiu-se na cotação do petróleo que recuou mais de sete por cento em uma única sessão.
Não obstante, apesar do negativismo e das dúvidas, os índices bolsistas nova-iorquinos evoluíram dentro de margens muito estreitas em torno da estabilidade, sinal de um clima de expectativa generalizado, antes da divulgação na quarta-feira do índice de preços no consumidor relativo a junho.
"As cotações das ações estão à mercê da inflação e dos resultados" das empresas, comentou Terry Sandven, do US Bank Wealth Management.
Para quinta e sexta-feira são esperados os primeiros resultados trimestrais, relativos a grandes bancos, que costumam inaugurar a apresentação dos desempenhos empresariais.
"É claramente uma semana durante a qual existem muitas fontes de inquietação", sintetizou Art Hogan, da B. Riley Wealth Management.
"Os resultados têm resistido bem desde o início do ano, mas parecem destinados a uma revisão em baixa", segundo Sandven.
Além disso, "as cotações das ações não devem subir de forma significativa enquanto a inflação não estiver sob controlo".
No mercado obrigacionista, o rendimento oferecido pelos títulos de dívida pública dos EUA a 10 anos continua abaixo do pago pelos títulos a dois anos, uma situação rara que é considerada como um presságio de recessão.