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Oito candidatos avançam para suceder a Boris Johnson

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Apenas oito dos 11 candidatos declarados cumpriram os requisitos para concorrer à liderança do Partido Conservador e suceder a Boris Johnson como primeiro-ministro britânico, foi hoje anunciado. 

Rishi Sunak, Liz Truss, Penny Mordaunt, Suella Braverman, Tom Tugendhat, Kemi Badenoch, Jeremy Hunt, Nadhim Zahawi conseguiram o apoio mínimo de 20 dos 358 deputados do Partido Conservador.  

Este limiar dificultou a entrada de candidatos, como Sajid Javid e Rehman Chisti, num período tão curto pois as nomeações abriram e fecharam hoje.

Grant Shapps desistiu para apoiar Sunak, que também recebeu o aval do vice primeiro-ministro, Dominic Raab. 

A ministra do Interior, Priti Patel, não chegou a efetivar a candidatura.

As regras foram determinadas pelo Comité 1922, o conselho dos deputados do Partido Conservador que organiza as eleições para a liderança.

De acordo com o calendário estipulado, o grupo parlamentar vai iniciar na quarta-feira uma série de votações secretas para reduzir o número de candidatos a dois finalistas, sendo necessário pelo menos 30 votos para passar à segunda volta na quinta-feira. 

Novas votações poderão ser realizadas na próxima semana, mas o sucessor de Boris Johnson só está previsto ser anunciado em 05 de setembro, após o voto dos cerca de 200.000 militantes de base do Partido Conservador feito por via postal.  

Boris Johnson demitiu-se da liderança dos 'tories' na semana passada na sequência da saída de mais de 50 membros do Governo, que responsabilizaram o primeiro-ministro por uma série de escândalos.

O ex-ministro das Finanças Rishi Sunak é considerado como o favorito, tendo hoje defendido um regresso do partido "aos valores económicos tradicionais conservadores".

"E isso significa honestidade e responsabilidade, não contos de fadas", frisou.

O comentário cáustico de Rishi Sunak, feito hoje num discurso, é uma crítica velada aos adversários que entraram numa guerra de promessas para cortar os impostos, argumentando que estas medidas vão estimular o crescimento económico.

O plano fiscal de Sunak, encarado como mais prudente, parte de uma sequência, vincou o próprio, que é "combater a inflação, fazer crescer a economia e reduzir os impostos".

A atual ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, foi apoiada por 'pesos pesados' leais a Boris Johnson, Jacob Rees-Mogg e Nadine Dorries. 

Outros concorrentes incluem os antigos ministros da Saúde Sajid Javid e Jeremy Hunt, o sucessor de Sunak, Nadhim Zahawi, o ministro dos Transportes, Grant Shapps, e a secretária de Estado do Comércio, Penny Mordaunt.

Javid prometeu reduzir o escalão mais baixo do imposto sobre o rendimento de 20% para 19% em 2023 e inverter o aumento de 1,25% da Segurança Social que entrou em vigor em abril.

Hunt propôs a redução do imposto sobre as empresas para 15%, enquanto Zahawi propôs um corte de 20% nos orçamentos de todos os ministérios para financiar a redução da taxa básica do imposto sobre o rendimento para 18% até 2024 e o congelamento de um aumento planeado do imposto sobre as empresas. 

A Procuradora-Geral Suella Braverman, a ex-secretária de Estado das Igualdades Kemi Badenoch, o deputado Tom Tugendhat e o recém-nomeado secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros Rehman Chisti também são candidatos.

A maioria dos candidatos pretende continuar a avançar com a legislação para suspender partes do Acordo de Saída do Reino Unido relativas à Irlanda do Norte, mas Braverman, uma destacada eurocética, pretende ir mais longe. 

A Procuradora-Geral, responsável por aconselhar juridicamente o Governo, comprometeu-se a impedir que novas leis da União Europeia (UE) sejam aplicadas naquela província britânica e pretende que o IVA (imposto sobre o valor acrescentado), impostos especiais de consumo e a regulamentação dos medicamentos sejam determinados por Londres.

Uma nova sondagem aos militantes do Partido Conservador divulgada pelo 'site' Conservative Home colocou Penny Mordaunt em primeiro na lista dos favoritos, seguida por Kemi Badenoch e por Sunak em terceiro lugar.

O vencedor da eleição será, por conseguinte, designado primeiro-ministro e convidado a formar Governo pela rainha Isabel II, pois o Partido Conservador continua a ter a maioria absoluta no parlamento.