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Investimento em imobiliário de rendimento soma 700 ME no 1.º semestre

Foto Shutterstock
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O investimento em imobiliário de rendimento em Portugal somou 325 milhões de euros no segundo trimestre do ano, perfazendo um total de 700 milhões de euros no acumulado até junho, divulgou hoje a consultora imobiliária CBRE.

Para a totalidade do ano 2022, a CBRE "mantém as previsões apontadas no início do ano", apontando para "um volume total de transações superior a 3.000 milhões de euros, o que reposiciona o mercado de investimento em imobiliário de rendimento no patamar em que se encontrava antes da pandemia".

Em comunicado, a CBRE detalha que, "nos primeiros seis meses do ano, a dinâmica nos setores logístico e de hotelaria registou uma evolução positiva, com um investimento de 230 e 180 milhões de euros respetivamente".

Já os escritórios "mantêm a atratividade e confiança dos investidores, o que se refletiu nos 190 milhões de euros aplicados no setor".

"Só na primeira metade do ano, a ocupação em escritórios já excedeu o indicador de 162.000 metros quadrados correspondente à área colocada nos 12 meses de 2021", refere.

Paralelamente, no setor logístico, a consultora afirma que "uma significativa escassez de espaços para arrendamento está a pressionar a subida das rendas em todo o país".

Por outro lado, aponta a "acelerada retoma do turismo, em particular de lazer", como estando "também a contribuir para uma recuperação mais rápida do que a esperada no setor de alojamento turístico".

"Inclusive, em algumas localizações, já se verificaram indicadores superiores aos observados em 2019, como as dormidas em alojamentos turísticos no Porto e o RevPAR (receita média por quarto disponível) no Algarve", nota.

Citada no comunicado, a diretora de 'research e data intelligence' da CBRE Portugal lembra que, "há três meses, as expectativas apontavam para um trimestre com um volume de transações superior ao que se realizou", mas "a complexidade de alguns dos negócios em curso fez com que o fecho dos mesmos derrapasse para o terceiro trimestre".

Assim, refere Cristina Arouca, "só no mês de julho a CBRE prevê concluir a venda de três portefólios (de escritórios, logística e residências de estudantes), os quais, no seu conjunto, representam 500 milhões de euros".

Já Nuno Nunes, 'head of capital markets' da CBRE Portugal, esclarece que, apesar da grande incerteza global em torno da intensidade e ritmo de aumento das taxas de juro, existe ainda uma elevada liquidez nos fundos de investimento para alocar ao mercado imobiliário, o que sustenta as projeções da CBRE de elevado investimento até o final do ano.

"O contexto de incerteza que vivemos poderá também refletir-se numa maior perceção de risco por parte dos compradores e num desfasamento de expectativas de preço entre compradores e vendedores. Na realidade, apesar de não prevermos uma subida, no curto prazo, das taxas de rentabilidade ('yields'), já alterámos a nossa perceção face ao início do ano, quando esperávamos uma compressão de 'yield' em diversos setores", explica.