Suspeito da morte de Shinzo Abe tentou criar arma altamente letal
A polícia do Japão considera que o suspeito de assassinar o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe tentou criar uma arma que fosse a "mais letal possível", disseram fontes policiais à comunicação social nipónica.
Tetsuya Yamagami, alegado autor do crime, confessou ter "feito várias armas" caseiras, entre elas uma bomba, com o objetivo de criar uma arma que fosse a "mais letal possível", segundo avançou a polícia à agência Kyodo News.
Também a emissora pública NHK noticiou que as autoridades policiais acreditam que o suspeito de homicídio tentou intencionalmente produzir uma arma de fogo altamente letal para levar a cabo o atentado.
As autoridades revistaram a casa de Yamagami, na cidade de Nara, oeste do país, e confiscaram armas semelhantes à artesanal encontrada no local onde Abe foi alvejado.
Acredita-se que a arma utilizada no tiroteio tenha sido feita a partir de dois tubos envolvidos em fita adesiva, referiu, por sua vez, a agência Europa Press.
Shinzo Abe foi atingido mortalmente com dois tiros, na sexta-feira, quando discursava num comício de rua do Partido Liberal Democrático (LDP, no poder), perto da estação ferroviária de Nara.
O político ainda foi transportado para o hospital, mas já em paragem cardiorrespiratória, tendo a morte sido confirmada cerca de cinco horas depois.
Yamagami encontrava-se desempregado desde maio, quando deixou de trabalhar numa empresa industrial em Kansai, no centro-sul do país. Entre 2002 e 2005 fez parte do exército nipónico, de acordo com o Ministério da Defesa do Japão.
Abe foi primeiro-ministro em 2006-2007 e, depois, de 2012 a 2020, tendo sido o chefe de Governo mais jovem do pós-guerra, aos 52 anos, o primeiro nascido depois da Segunda Guerra Mundial e o que esteve mais tempo no cargo.