Japoneses começam a votar dois dias após assassínio de ex-PM
Os japoneses começaram ontem (já domingo naquela latitude) a votar para renovar metade do Senado do país, dois dias após o assassínio do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe durante um comício da campanha eleitoral.
O Partido Liberal Democrata (PLD), do qual Abe era uma das principais figuras, é dado como grande favorito nas eleições deste domingo.
O primeiro-ministro (PLD) denunciou o ataque "bárbaro" contra o seu antigo mentor, insistindo na importância de "defender eleições livres e justas, que são o fundamento da democracia".
"Nunca cederemos à violência", disse.
A morte a tiro de Abe, um dos políticos mais conhecidos do arquipélago, chocou o Japão e o estrangeiro, com mensagens de condolências a chegarem do mundo inteiro, incluindo a China e a Coreia do Sul, com quem o Japão tem muitas vezes relações conturbadas.
O suposto autor do ataque, detido no local, confessou ter alvejado deliberadamente o ex-primeiro-ministro, explicando à polícia que estava zangado com uma organização à qual acreditava que Abe estava filiado.
Alguns meios de comunicação japoneses mencionaram um grupo religioso.
O homem, de 41 anos e chamado Tetsuya Yamagami, é um ex-membro da marinha japonesa e encontrava-se desempregado desde maio, quando deixou de trabalhar numa empresa industrial em Kansai, no centro-sul do país.
Abe foi primeiro-ministro em 2006-2007 e, depois, de 2012 a 2020, tendo sido o chefe de Governo mais jovem do pós-guerra, aos 52 anos, o primeiro nascido depois da Segunda Guerra Mundial e o que esteve mais tempo no cargo.