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Centenas manifestam-se em Washington pelo direito ao aborto

Foto EPA/WILL OLIVER
Foto EPA/WILL OLIVER

Centenas de pessoas desfilaram ontem pelas ruas de Washington e concentraram-se frente à Casa Branca em protesto contra a decisão do Supremo Tribunal dos EUA de eliminar a proteção legal do aborto, em vigor desde há 50 anos.

A marcha, convocada pela Women's March, deverá decorrer ao longo do dia em várias cidades norte-americanas, incluindo Nova Iorque, Los Angeles e Chicago, numa iniciativa da organização Rise Up 4 Abortion Rights (Revolta-te pelo direito ao aborto).

Diversos manifestantes, citados pela agência noticiosa Efe, referiram-se ao maior protesto na cidade desde que a sentença do Supremo foi divulgada pelos 'media', no início de maio.

"Julgo que se não estivesse a chover teria sido ainda maior", indicou uma das participantes, antevendo um aumento dos protestos "se nada for feito".

No parque e junto às grades metálicas que protegem as traseiras da Casa Branca, a residência oficial do Presidente Joe Biden, diversos participantes colocaram bandeiras verdes, símbolo dos protestos a favor do direito ao aborto.

Muitos dos participantes manifestaram receio pela ordem executiva assinada na sexta-feira por Biden que, na sua perspetiva, se destinou a responder às críticas de diversos setores do Partido Democrata, e acusaram o Presidente de não estar a fazer o suficiente para responder à deliberação do Supremo Tribunal e assegurar o direito ao aborto.

Os manifestantes receiam que a ordem executiva não tenha qualquer efeito prático, já que não estabelece um estado de emergência sanitária, como reivindicam alguns ativistas, que permitiria o envio de medicamentos abortivos para os estados onde o aborto já está proibido, indicou a Efe.

As medidas de Biden possuem um efeito limitado já que a única forma de garantir o direito ao aborto nos Estados Unidos implica a aprovação de uma lei no Congresso, situação pouco provável devido à falta de apoio de dez senadores da oposição republicana.

Perante esta situação, Biden apelou aos norte-americanos, em particular às mulheres, que votem nas eleições de novembro para alterar a composição do Congresso.