Ministra defende na África do Sul revisão de apoios do Estado às comunidades portuguesas
A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares portuguesa defendeu hoje, na África do sul, a revisão dos instrumentos financeiros e de apoio à solidariedade do Estado para responder melhor às necessidades das comunidades emigrantes, que "são hoje maiores".
"O poder político só existe se puder estar ao serviço das pessoas e é por isso que julgo que há dois temas que são absolutamente essenciais nas comunidades e também aqui na África do Sul", referiu Ana Catarina Mendes.
"Um é olharmos para os instrumentos financeiros do Estado social e de apoio à solidariedade, que devem ser revistos e devemos ver de que forma podemos melhor responder às dificuldades e às necessidades que são hoje maiores", salientou.
Em segundo lugar, referiu Ana Catarina Mendes, "há um problema com a lei da nacionalidade, designadamente na questão da filiação", acrescentando que "estão vários projetos em cima da mesa na Assembleia da República, que serão discutidos nos próximos tempos".
"Julgo que para aqueles que são as gerações mais novas, o facto de o artigo 14 da lei da nacionalidade, que prevê a atribuição da nacionalidade originária aos filhos maiores, vai ser uma concretização e a remoção daquilo que são limites hoje à atribuição desta nacionalidade e mais cidadãos aqui podem adquirir esta nacionalidade", sublinhou.
A governante sublinhou também que, no caso da emigração portuguesa na África do Sul, se está "a falar de uma comunidade com mais de 200.000 pessoas espalhadas por toda a África do Sul".
"São mais de 200.000 mil pessoas que no espaço fora da União Europeia contribuem mais para remessas em Portugal e isso diz muito daquilo que aqui fazem", acrescentou.
A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares falava durante um jantar da Academia Mãe do Bacalhau, que reuniu na noite de hoje cerca de uma centena de membros, num restaurante português no sul de Joanesburgo, para celebrar o 54.º Aniversário da Tertúlia Lusa, em véspera do Dia de Portugal.
Na ocasião, o "fiel" amigo juntou na mesma mesa, pela primeira vez, a governante socialista "à direita" do presidente do PSD Rui Rio, líder do principal partido da oposição, de visita também à África do Sul para assinalar o Dia de Portugal, separados pelo dirigente da tertúlia, Rogério Nascimento, e o embaixador de Portugal na África do Sul, Manuel Carvalho.
"Independentemente dos partidos que cada um de nós representa, e estar aqui em representação do Governo, é dizer à comunidade portuguesa na África do Sul que vos respeitamos, que sabemos as dificuldades que têm, que há momentos difíceis, mas que hoje na véspera do Dia de Portugal celebremos todos os sucessos de todos os portugueses que aqui vivem, sejam comadres ou compadres, mas que são todos cidadãos desse grande país que é Portugal", concluiu Ana Catarina Mendes.