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Responsável por atropelamento em Berlim tinha problemas psicológicos

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FOTO EPA/FILIP SINGER

As autoridades de Berlim confirmaram hoje que o motorista do automóvel que na quarta-feira atropelou um grupo de estudantes na cidade alemã, provocando uma morte e seis feridos graves, agiu deliberadamente e tinha "distúrbios psicológicos".

A responsável por questões do Interior do governo regional da capital da Alemanha, Iris Spranger, informou que, segundo novas informações, o homem, de origem arménia e com nacionalidade alemã desde 2015, já tinha histórico de problemas mentais.

O condutor também tinha ficha policial por comportamento agressivo e crimes violentos, mas não há registo de "dados relevantes" que apontem para atividades ou ligações com organizações anticonstitucionais.

Iris Spranger também insistiu que nenhuma "confissão" ou carta a anunciar os ataques foi encontrada no carro que provocou o atropelamento, ao contrário do que alguns meios de comunicação social relataram, embora houvesse cartazes e mensagens relacionados com a Turquia.

De acordo com o Der Spiegel, trata-se de cartazes alusivos ao genocídio do povo arménio pela Turquia.

A deputada do Partido Social Democrata (SPD) já tinha assegurado na quarta-feira que a tese principal era que se tratava de um ultraje intencional, originário de distúrbios mentais do motorista, embora outras vias de investigação não tenham sido descartadas até ao momento.

O chanceler alemão também condenou na noite de quarta-feira o "ataque brutal" ocorrido numa movimentada zona comercial de Berlim.

Olaf Scholz disse estar "profundamente chocado" com o atropelamento de várias pessoas, na quarta-feira, em Berlim, que fez uma morte e nove feridos graves.

"Estou profundamente chocado com o crime horrível (...). A viagem de uma turma de uma escola de Hesse a Berlim termina num pesadelo", escreveu o líder alemão, na rede social Twitter, mencionando um grupo de estudantes que visitavam a capital alemã.

"Os nossos pensamentos estão com as famílias dos mortos e feridos, incluindo muitas crianças", acrescentou Scholz, que desejou a todos os afetados uma rápida recuperação.

O autor do atropelamento seguido de fuga, que ocorreu pelas 10:30 (09:30 em Lisboa), numa esquina perto da igreja Kaiser Wilhelm, foi um cidadão germano-arménio de 29 anos cuja identidade não foi revelada, de acordo com a agência noticiosa Europa Press.

O homem terá atropelado um grupo de pessoas antes de embater numa montra de uma loja, relatou a agência de notícias alemã Deustche Presse-Agentur (DPA).

Tanto a polícia como o corpo de bombeiros confirmaram a morte de uma pessoa. Trata-se de uma professora de 51 anos, que acompanhava o grupo de estudantes.

Seis pessoas encontram-se em perigo de vida, ainda segundo os bombeiros, sendo que outras três vítimas estão gravemente feridas e um número não identificado, com ferimentos menores, está a receber cuidados médicos.

"Por favor, entendam que não damos informações sobre os feridos até que os familiares sejam contactados", referiram as autoridades policiais alemãs, numa mensagem no Twitter.

Por outro lado, a autarca de Berlim, Franziska Giffey, prometeu fazer "todo o possível" para "ajudar os afetados", salientando que serão realizados todos os esforços para esclarecer o ocorrido.

Vários meios de comunicação, desde o jornal Bild à televisão pública ARD, avançaram que não se tratou de um acidente, como inicialmente se considerou, mas sim de um ato deliberado ou mesmo com motivações políticas.

O jornal cita fontes da investigação referindo que, dentro do carro envolvido no atropelamento, foram encontrados vários documentos e cartazes relacionados com a Turquia.

Até ao momento, a polícia insistiu que está a investigar todas as possíveis explicações para o que aconteceu, tanto um acidente, talvez causado por um problema de saúde, como um ato intencional.

O homem, condutor de um automóvel propriedade da irmã, tentou fugir após o atropelamento, mas foi detido por transeuntes até à chegada de agentes da polícia.

O local situa-se próximo de Breitscheidplatz, a praça central onde em dezembro de 2016 o tunisino Anis Amri abalroou deliberadamente, conduzindo um camião roubado, um popular mercado de Natal, matando 13 pessoas de várias nacionalidades.