Desprezo ou negligência
Há quem prefira calar. Outros agacham-se há séculos. É a vida de ilhéu que nunca teve tomates para gritar sobre o que é injusto e leviano. Mesmo depois de ser autónomo.
Em primeiro lugar devo dizer que adoro ténis. Joguei desde os meus treze anos e, em Lisboa enquanto estudante, jogava todos os dias em Monsanto.
A degradação dos campos de ténis e padel, no Porto Santo, é absurda e tem de ser recuperada. Juntamente com os erros técnicos iniciais, próprios da teimosia e prepotência da época. Não sei o que vão fazer exactamente, mas são bem-vindos os setecentos mil euros de investimento. Repito: investimento. Que seja uma verdadeira requalificação.
Agradecem os portosantenses e os madeirenses que no verão lá praticam ténis e padel. Não sei se mais alguém joga!
Um pouco mais acima, um campo de golfe morre lentamente, sem que ninguém pareça querer acudir. É o total abandono que se arrasta há dez anos. Desde os três Open’s europeus que lá se realizaram. Nem as dezenas de milhares de dinamarqueses (azar nosso votarem no seu país), nem os milhares de madeirenses e portosantenses parece impressionarem quem manda. E não sei quem manda. No caso do golfe a gestão do campo é nula. Não deve haver quem mande.
Jogam ténis e padel em Porto Santo trinta praticantes locais. Mais os madeirenses no verão, proporcionam , no máximo, dez mil euros de receita.
No golfe são quarenta os jogadores locais. Num ano, os dinamarqueses, praticam vinte e três mil vezes, enquanto os locais e os madeirenses proporcionam seis mil voltas de golfe. São oitocentos mil euros de receitas no ano.
Então porque o desprezo pelo golfe? Porque fizeram o campo? É só negligência?
Miguel Sousa