Empresas da Madeira prevêem aumentar os preços de venda e os salários em 2022
As empresas regionais perspectivam um aumento anual dos salários médios de 5,5% este ano
A Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM) divulgou esta quarta-feira, 8 de Junho, os resultados do Inquérito Rápido e Excepcional às Empresas (IREE) realizado entre 9 a 22 de Maio. A operação estatística foi criada pelo Instituto Nacional de Estatística e pelo Banco de Portugal.
Na Madeira, cuja recolha de informação é feita pela DREM, a taxa de resposta global no último inquérito foi de 96%, representando 97% do pessoal ao serviço (NPS) e cerca de 100% do volume de negócios (VNN) das empresas da amostra.
No campo 'Situação actual da actividade das empresas e perspectivas para 2022', é indicado que 59% das empresas referem que já tinham alcançado ou ultrapassado o nível de actividade pré-pandemia (no País a proporção foi de 56%), sendo que 64% das empresas responderam que perspectivam um aumento do volume de negócios em 2022 face ao ano anterior e apenas 7% prevêem uma redução (no País, as percentagens são de 54% e 14%, respectivamente).
Para 76% das empresas a actual conjuntura internacional (em particular o conflito na Ucrânia), tem um impacto negativo ou muito negativo na evolução do volume de negócios em 2022 (83% no País). Aproximadamente 52% das empresas consideram que quer o aumento dos custos energéticos quer o aumento dos custos de transportes são factores muito relevantes com potencial impacto negativo na sua actividade. Uma percentagem significativa (47%) das empresas também releva o aumento do preço de outras matérias-primas e bens intermédios, enquanto 35% realça problemas de fornecimento. O cenário de incerteza com impacto nas decisões de investimento da empresa é destacado por 33%.
Em termos de taxa de variação homóloga, os gastos médios cresceram 20% na electricidade, 18% nos combustíveis líquidos e 22% no gás. No País, as variações são 25%, 29% e 30%, pela mesma ordem.
Quanto às perspectivas para a evolução dos preços este ano, 61% das empresas prevêem aumentar os preços de venda em 2022, sendo que 43% antecipam aumentos de pelo menos 5%. Das empresas que esperam subir os preços em 2022, 56% assinalam o aumento dos custos com matérias-primas/bens intermédios (não energéticos). O aumento dos custos energéticos é também considerado como muito relevante para o aumento dos preços por 48% das empresas.
77% das empresas estimam um aumento do salário por pessoa ao serviço em 2022 face a 2021 (82% no País). As empresas regionais apontam para um crescimento anual dos salários médios de 5,2% em 2021 e perspectivam um aumento de 5,5% para 2022 (4,2% e 5,2% no País, respectivamente). Entre os motivos assinalados como muito relevantes para o aumento salarial em 2022 estão o aumento do salário mínimo e a necessidade de reter os trabalhadores (30% e 28%, respectivamente).
O inquérito, na sua génese, teve como objectivo apurar dados para o País, não estando desenhado para apuramentos ao nível de Região, sendo que a informação apresentada para a RAM corresponde exclusivamente aos dados das respostas obtidas, sem qualquer extrapolação.