EUA vencem processo para apreender superiate russo nas Ilhas Fiji
Os Estados Unidos venceram uma batalha judicial na terça-feira para apreender um superiate russo, avaliado em 325 milhões de dólares (cerca de 303 milhões de euros), nas Ilhas Fiji.
A decisão do tribunal representou uma vitória significativa para os EUA, pois têm encontrado obstáculos nas suas tentativas de confiscar os ativos dos oligarcas russos em todo o mundo.
Nas Ilhas Fiji, o Supremo Tribunal levantou uma ordem de suspensão que impedia os EUA de apreender o superiate Amadea.
O juiz do Supremo Tribunal fijiano, Kamal Kumar, decidiu que, com base nas evidências, as chances de os advogados de defesa apresentarem um recurso eram "de zero a muito pequenas".
Kamal Kumar disse que aceita os argumentos de que os argumentos de que manter o superiate atracado nas Ilhas Fiji, no porto de Lautoka, estava a "custar caro ao Governo" local.
"O facto de as autoridades dos EUA terem se comprometido a pagar os custos incorridos pelo Governo das Ilhas Fiji é totalmente irrelevante", concluiu o juiz.
O magistrado disse que o Amadea "navegou em águas das Ilhas Fiji sem qualquer permissão e provavelmente para evitar processos pelos Estados Unidos da América".
Os Estados Unidos removeram a embarcação motorizada dentro de uma ou duas horas após a decisão do tribunal, possivelmente para garantir que o iate não se envolvesse em nenhuma outra ação legal.
O porta-voz do Departamento de Justiça dos EUA, Anthony Colei, disse no Twitter que o superiate partiu para os EUA sob uma nova bandeira e que as autoridades norte-americanas estavam gratas à polícia e aos procuradores das Ilhas Fiji "cuja perseverança e dedicação ao Estado de direito possibilitou essa ação".
No início de maio, o Departamento de Justiça emitiu uma declaração a dizer que o Amadea havia sido apreendido nas Ilhas Fiji, mas isso acabou por ser prematuro depois da apelação dos advogados.
De acordo com a agência de notícias AP, não ficou imediatamente claro para onde os Estados Unidos pretendiam levar o Amadea, que o FBI vinculou ao oligarca russo Suleiman Kerimov.
O diretor do Ministério Público das Ilhas Fiji, Christopher Pryde, disse que questões não resolvidas de lavagem de dinheiro e a propriedade do Amadea precisam ser decidas nos Estados Unidos.
"A decisão reconhece o compromisso das Ilhas Fiji em respeitar os pedidos internacionais de assistência mútua e as obrigações internacionais das Ilhas Fiji", disse Pryde.
Em documentos judiciais, o FBI vinculou o Amadea à família Kerimov através de um alegado uso de nomes enquanto estava abordo e da compra de artigos como um forno de pizza e uma cama de spa.