Crónicas

Mais Pontinha ou novo Aeroporto?

Se é para investir que se o faça na solução de um verdadeiro problema regional. O hospital era um problema. O aeroporto é um problema. Já o porto não é. O tema, pelo menos, merece ser debatido

Está na ordem do dia a perspectiva do Governo Regional pretender realizar obra de extensão do cais e molhe da Pontinha.

É apontada uma estimativa de cento e cinquenta milhões de euros, sem que tal quantia possa ser confirmada. Os estudos técnicos, e o próprio projecto, não estão realizados pelo que é tudo muito arredondado.

Inicialmente ouvi o eng. Duarte Gomes, especialista experimentado na orla marítima da Madeira, referir um custo de cem milhões, mas entretanto já ultrapassada a expectativa em mais de cinquenta por cento. Claro que era um número indicativo para a tomada de primeira decisão. Convinha que fosse valor acessível. Por cem milhões estava comprado.

Nada tenho a opor à extensão da Pontinha. Eu próprio fiz uma larga ampliação do Porto do Funchal, construindo toda a área do lado da Avenida do Mar, incluindo a nossa primeira Marina (com cerca de quarenta anos está precisada de todo um plano de requalificação).

Quando se concluírem os estudos e o projecto final, então melhor poderemos fazer avaliação. No entanto, o estudo de impacto ambiental, tendo em vista a descarbonização energética, tem de ser viabilizado.

O que, neste momento, já poderemos considerar é o seu financiamento, principal obstáculo a ultrapassar.

Uma opção é tentar copiar a ampliação do Porto de Las Palmas. Uma concessão, por cinquenta anos, ao armador canário Armas dispensou a entidade portuária de investimento para meia dúzia de novas docas para acostagem de “ferries” na capital. Obra certamente mais fácil e menos onerosa que a nossa.

Em paralelo, tanto quanto julgo saber, será possível um financiamento de setenta e cinco por cento, a fundo perdido, junto da União Europeia, no âmbito do Programa Interligar Europa. Apenas parece que o prazo de candidaturas termina no início do próximo ano.

A ser possível, fica um novo entendimento desta grande obra até porque, em breve e no seguimento dos estudos obrigatórios a serem realizados, ficaremos a saber dos resultados económicos e financeiros que se esperam para a Região e, directamente, para a autoridade portuária APRAM.

Será preciso suportar vinte e cinco por cento do investimento e cem por cento dos respectivos custos de funcionamento.

A questão de fundo é haver um outro investimento, de transportes com o exterior, para ser candidato a esse financiamento europeu: construir um novo aeroporto.

Esta é a verdadeira primeira prioridade do interesse regional.

Não se compara o efeito regional entre aumentar, para mais um cais acostável, a nossa Pontinha e , com outro aeroporto, garantir a plena operacionalidade aérea da Madeira, repartida por dois aeroportos.

A limitada e imprevisível operacionalidade do aeroporto de Santa Cruz é o maior problema da economia da Madeira e, por ali, nada há a resolver. Podemos melhorar a informação operacional com radares mas não conseguimos eliminar os ventos adversos. É um ónus muito pesado para o desenvolvimento do turismo. É um peso que temos de suportar!

Eu percebo a dificuldade de propor um investimento, para muitos polémico.

Se é para investir que se o faça na solução de um verdadeiro problema regional. O hospital era um problema. O aeroporto é um problema. Já o porto não é.

O tema deve ser pensado e discutido. Pelos vistos não é um problema financeiro. A ilha de Tenerife tem dois aeroportos operacionais que funcionam em simultâneo.

Não vou adiantar possíveis localizações e previsíveis resultados operacionais já que só o estudo aprofundado do tema pode aclarar.

Para já uma convicção: este é o investimento prioritário na Madeira. Capaz de mudar a nossa economia para perspectiva bem melhor da que temos.

As próximas gerações agradecem !

E não me falem na concessão do aeroporto de Santa Cruz aos franceses da Vinci, talvez a pior decisão de Alberto João Jardim enquanto governante.

Um novo aeroporto é uma opção estratégica que exige, pelo menos, reflexão.

Porque o PS-Madeira nunca vai governar

“Os 150 milhões de euros que o Governo Regional pretende investir no prolongamento da Pontinha serviam para responder às carências da população nas áreas da Saúde e da Habitação”. Sérgio Gonçalves no seu pior.

Será que o líder do PS-M não alcança que o dinheiro deste investimento, com comparticipação da União Europeia, não pode ser gasto na saúde ou na habitação. A ignorância é assim tanta ? A demagogia, expediente de quem não tem algo de concreto a propor, justifica qualquer besteira ?

Muito mau, dr. Sérgio Gonçalves. Não vá por onde não sabe. Perde respeito e credibilidade.

Vergonha no Aeroporto de Lisboa

É muito mau ! Nós ilhéus gramamos toda aquela besteira de quem não tem qualquer respeito pelos clientes - passageiros. Somos obrigados a marchar por todo o aeroporto, de uma ponta à outra na tentativa que façamos alguma despesa comercial.

Agora tiram-nos do autocarro no meio do percurso habitual, mas logo nos mandam subir por uma escada metálica incrível para nos despejarem no centro da zona comercial. Nem escada rolante nem elevador, é a “butos” e à chuva.

O governo regional devia exigir tratamento humano aos passageiros que saem em Lisboa provenientes da Madeira. É quem nos pode valer. São madeirenses e turistas os torturados na guilhotina aeroportuária francesa. Apenas querem chegar e sair rápido pela porta mais perto.

Na quarta-feira em Lisboa esperei no autocarro, à porta do avião, vinte oito minutos para embarcar. Indescritível! Certamente rivaliza, em respeito pelas pessoas, com os transportes para Auschwitz. Não querem saber de nada, nem ninguém.

Aeroporto e TAP estão entregues a franceses. Pelos vistos, azar nosso ! Já agora arranjem um francês para primeiro-ministro.

Costa e os salários

António Costa é o rei dos entretimentos. Agora veio afirmar querer aumentar 20% os salários em Portugal nos próximos 4 anos.

Um primeiro-ministro, sério e responsável, não pode ter objectivo inferior.

Mas Costa deve pensar que isso se faz por decreto-lei, tipo função pública. Não deve imaginar, nem ninguém lhe deve ter dito, que são precisas condições económicas que criem a riqueza para proporcionar tamanho objectivo. E, para que tal aconteça, o governo de António Costa tem uma tarefa monumental que ninguém adivinha como vai realizar.

Nacional

Tornou-se irrelevante. Até para os sócios. Nem querem saber. Sair dos Barreiros para a Choupana foi fatal!