Japão e NATO reforçam cooperação militar e exercícios conjuntos
O Japão e a NATO concordaram hoje em intensificar a cooperação militar e os exercícios conjuntos, por considerarem que a invasão russa da Ucrânia está a deteriorar o ambiente de segurança na Ásia e na Europa.
O ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi, disse que o Japão espera reforçar os seus laços com os países europeus e congratulou-se com o envolvimento alargado da NATO na região Indo-Pacífico.
"A segurança da Europa e da Ásia estão estreitamente interligadas, especialmente agora com a comunidade internacional a enfrentar sérios desafios", disse Kishi no final de uma reunião com o chefe do Comité Militar da NATO, Rob Bauer, citado pela agência norte-americana AP.
A visita de Bauer a Tóquio ocorre quando a Força Marítima de Autodefesa do Japão participa em exercícios navais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) no Mar Mediterrâneo.
O Japão tem vindo a aumentar as suas capacidades militares e a cooperação com a Europa, além da sua aliança com os Estados Unidos e de parcerias com outros países da região Indo-Pacífico, face à ascensão da China.
Aviões de combate japoneses e norte-americanos realizaram hoje exercícios conjuntos sobre o Mar do Japão "no meio de um ambiente de segurança cada vez mais grave, como os repetidos lançamentos de mísseis balísticos da Coreia do Norte", anunciou o Ministério da Defesa do Japão.
O exercício, que envolveu quatro caças F-15 japoneses e dois F-16 norte-americanos, teve como objetivo demonstrar o "forte empenho e a estreita cooperação" entre as duas forças em "responder a qualquer emergência, reforçando ao mesmo tempo a forte aliança", segundo o ministério.
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, foi convidado para a cimeira da NATO no final deste mês, em Madrid, e, se aceitar, será o primeiro líder japonês a participar numa reunião da Aliança Atlântica.
Em maio, o chefe do Estado-Maior japonês, Koji Yamazaki, participou pela primeira vez numa reunião com homólogos da NATO na Bélgica.
Bauer elogiou o crescente empenho do Japão em enfrentar "desafios de segurança partilhados".
O Japão juntou-se rapidamente aos Estados Unidos e à Europa na imposição de sanções contra Moscovo e no apoio a Kiev, na sequência da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
As autoridades japonesas justificaram que a crise provocada pela invasão russa afeta não só a Europa, mas também poderá encorajar ainda a China a aumentar a sua assertividade na região do Indo-Pacífico, segundo a AP.