"A Madeira é um exemplo de sustentabilidade para o País", garante Susana Prada
Governante madeirense revelou no colóquio '50 Anos Depois da Conferência de Estocolmo', realizado na Academia das Ciências de Lisboa, quais os desafios e oportunidades que se têm colocado à Região, e qual o caminho que o Governo está a trilhar rumo à sustentabilidade.
"A Madeira é um exemplo de sustentabilidade para o País", referiu o professor Filipe Duarte Santos, reputado especialista da área das ciências do Ambiente e, em particular, sobre as alterações climáticas, no final da intervenção da secretária regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas no colóquio '50 Anos Depois da Conferência de Estocolmo', realizado na Academia das Ciências de Lisboa.
Conforme noticia o DIÁRIO na edição impressa desta terça-feira, o investigador português, mas também professor convidado de várias universidades prestigiadas dos Estados Unidos, considerou que o trabalho que tem vindo a ser realizado pela Região Autónoma da Madeira, no sentido de acautelar, através da construção de várias infraestruturas, o futuro, que sabemos onde os recursos hídricos serão mais escassos e o aproveitamento total das águas residuais na ilha do Porto Santo são bons exemplos para o País, quer em termos da construção de dessalinizadoras, na eficiência dos canais, quer no maior aproveitamento das águas residuais.
"Governação para a sustentabilidade na Madeira sempre foi um compromisso"
Já Susana Prada, na sua intervenção, garantiu que "a governação para a sustentabilidade na Madeira sempre foi um compromisso", lembrando que "se é um desafio governar para a sustentabilidade, este ainda o é maior num território insular".
A governante madeirense começou por recordar que Madeira foi pioneira no país ao criar, em 1971, a primeira Reserva Natural de Portugal, nas Ilhas Selvagens.
50 anos depois, afirmou, "a Região ampliou a área marinha das Ilhas Selvagens 27 vezes, ou seja, até às 12 milhas, para proteger o ecossistema pristino que ainda ali se encontra, tornando-se assim, a maior área marinha de protecção total do Atlântico Norte".
Bons exemplos
"A Reserva das Ilhas Desertas, a floresta Laurissilva reconhecida como Património Mundial Natural pela UNESCO, as Biosferas do Porto Santo e de Santana, as Levadas da Madeira, que são candidatas a Património Mundial Cultural da UNESCO" foram alguns dos muitos exemplos destacados pela secretária regional para vincar a política conservacionista da Região, onde 65% da área terrestre do arquipélago da Madeira e 85% do seu mar territorial se encontram protegidos.
«A par da conservação da natureza, a Madeira está determinada a combater as alterações climáticas e a adaptar o território aos seus impactos para proteger as pessoas», sublinhou Susana Prada, acrescentando que a aposta do GR tem sido "grande" nas energias renováveis, hídrica, fotovoltaica, eólica e de resíduos sólidos urbanos.
A adaptação do território ao aumento do risco de incêndio tem levado para o terreno várias campanhas de remoção de espécies invasoras e altamente combustíveis, a par da reflorestação adequada.
Ao risco de aluvião, falou-se da canalização das linhas de água, da construção de açudes de contenção de carga sólida e da reflorestação.
Quanto à subida do nível médio do mar, a governante referiu os trabalhos para criação de maior resiliência ao cordão dunar no Porto Santo, que serve de proteção costeira.
Sobre as menores disponibilidades hídricas, Susana Prada referiu o empenho do Governo em diminuir as perdas de água, em armazenar água em altitude e na reutilização da água residual tratada.
Terminou a intervenção lembrando que também na Educação se trabalha para a sustentabilidade, onde 71% das escolas de todos os níveis de ensino na Região são eco-escolas, traduzindo-se na maior taxa de implementação do programa a nível nacional.