PCP com resultado de 1,6 milhões em 2021, Bloco de Esquerda com o maior prejuízo
O PCP foi o partido com assento parlamento que obteve o maior resultado positivo em 2021, arrecadando 1,6 milhões de euros, com o Bloco de Esquerda a apresentar o maior prejuízo, segundo as contas divulgadas pela entidade fiscalizadora.
De acordo com as contas anuais dos partidos políticos referentes a 2021 -- divulgadas pela Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) na passada sexta-feira --, o PCP apresentou um resultado líquido anual de um milhão e 667 mil euros em 2021, um valor muito acima dos 351 mil euros registados em 2020.
Segundo as contas apresentadas pelos comunistas, o resultado explica-se, em parte, pelas verbas mobilizadas através de angariações de fundos: se, em 2020, o PCP tinha conseguido arrecadar 918 mil euros dessa maneira, esse valor quase que duplicou em 2021, atingindo 1,7 milhões de euros.
O partido aumentou também os seus rendimentos na rubrica de vendas e serviços prestados, angariando 755 mil euros por essa via, cerca de mais 200 mil do que em 2020.
O PSD também aumentou os seus lucros, passando dos 854 mil euros registados em 2020, para 976 mil em 2021, o que o torna no segundo partido com o resultado líquido mais positivo nesse ano.
Comparativamente com 2020, apesar de terem recebido menos verbas provenientes de "quotas e outras contribuições de filiados" -- passaram de 1.052 milhões em 2020 para 903 mil euros em 2021 --, os sociais-democratas registaram um aumento significativo de donativos, angariando 484 mil euros por essa via, quando comparado com 89 mil em 2020.
O PS manteve um resultado líquido quase semelhante ao de 2020, registando lucros de 353 mil euros em 2021, menos 10 mil euros do que o valor registado no ano anterior (365 mil euros).
À semelhança do PSD, os donativos arrecadados pelo PS também 'dispararam' em ano de eleições presidenciais e de eleições autárquicas: dos 59 mil euros angariados em 2020, os socialistas obtiveram 565 mil em 2021.
No entanto, os socialistas registaram perdas significativas em imparidades de dívidas: perderam 536 mil euros por essa via em 2021, quando comparado com 28 mil em 2020.
O Chega foi o quarto partido com o resultado mais positivo, obtendo 149 mil euros de lucros em 2021, quase que triplicando o resultado obtido em 2020, quando tinha registado 52 mil euros positivos.
De acordo com as contas apresentadas, o Chega também aumentou consideravelmente as verbas arrecadas através de donativos: dos 76 mil euros arrecadados em 2020, passou para 265 mil em 2021.
Em quinto lugar, o PAN apresentou lucros de 66 mil euros em 2021, apesar de esse valor representar um corte de quase metade relativamente a 2020, quando tinha apresentado um lucro de 128 mil euros.
No mesmo sentido, o Livre registou lucros de 41 mil euros em 2021, um valor abaixo do resultado que tinha registado em 2020, com um balanço positivo de 117 mil euros.
A Iniciativa Liberal, após ter registado 100 mil euros de lucros em 2020, obteve 27 mil euros em 2021, de acordo com uma versão atualizada entregue pelo partido à ECFP na segunda-feira.
Segundo as contas apresentadas, os liberais arrecadaram mais dinheiro em quotizações, doações ou angariações de fundos quando comparado com 2020, mas aumentaram também os seus gastos em várias rubricas: dos 70 mil euros gastos com pessoal em 2020, passaram para 156 mil, duplicando também as verbas reservadas para fornecimentos e serviços externos, que passaram de 84 mil para 202 mil euros.
O único partido com assento parlamentar que apresentou prejuízos foi o Bloco de Esquerda, registando um resultado líquido negativo de 58 mil euros. No entanto, quando comparado com 2020, o partido conseguiu melhorar o seu equilíbrio nas contas: em 2020, tinha apresentado um prejuízo de 140 mil euros.
Segundo as contas apresentadas, o Bloco de Esquerda reduziu significativamente as despesas com pessoal -- de 850 mil euros em 2020, para 583 mil euros em 2021 -- e em fornecimentos e serviços externos, apesar de também ter obtido menos donativos e angariações de fundos.
O único partido que apresentou um resultado líquido anual pior do que o Bloco de Esquerda, foi o CDS-PP, que perdeu a representação parlamentar nas eleições legislativas de 2022.
Os centristas apresentaram um prejuízo de 110 mil euros em 2021, uma 'quebra' significativa nas contas quando comparado com os resultados registados em 2020, quando tinham obtido lucros na ordem dos 244 mil euros.