OMS assinala 780 casos em 27 países não endémicos, incluindo Portugal
Um total de 780 casos de varíola dos macacos (monkeypox) confirmados em laboratório foram registados em 27 países não endémicos, anunciou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS), reiterando que o risco global é moderado.
Um número que a organização admite estar "provavelmente subestimado", devido a informações epidemiológicas limitadas, já que "é muito provável que outros países identifiquem casos e que haja, no futuro, maior disseminação do vírus".
Os países não endémicos que relataram mais casos foram o Reino Unido (207), a Espanha (156), Portugal (138), Canadá (58) e Alemanha (57).
Fora da Europa e da América do Norte, também foram registados casos - apenas um em cada país - na Argentina, Austrália, Marrocos e Emirados Árabes Unidos.
"Embora o risco atual para a saúde humana e para o público em geral permaneça baixo, o risco para a saúde pública pode tornar-se alto se esse vírus explorar a oportunidade de se estabelecer em países não endémicos como um patogénico humano", referiu a OMS numa atualização da sua avaliação da doença.
"A OMS avalia o risco globalmente como moderado, uma vez que esta é a primeira vez que muitos casos e grupos de casos de varíola dos macacos foram registados simultaneamente em países endémicos e não endémicos", referiu.
Segundo a organização, do universo das Nações Unidas, nenhuma morte foi relatada em países não endémicos, ao contrário do que aconteceu nos endémicos: Camarões, República Centro-Africana, Congo-Brazzaville, República Democrática do Congo, Libéria, Nigéria, Serra Leoa, Gabão, Costa do Marfim e no Gana, onde a doença foi identificada apenas em animais. Nos primeiros sete destes países, foram relatadas 66 mortes nos primeiros cinco meses de 2022.
O Monkeypox, da família do vírus que causa a varíola, é transmitido de pessoa para pessoa por contacto próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados.
O tempo de incubação é geralmente de sete a 14 dias, e a doença, popularmente conhecida por varíola dos macacos, dura, em média, duas a quatro semanas.
A doença é endémica na África Ocidental e Central e menos perigosa que a varíola.
A Direção-Geral da Saúde recomenda às pessoas que apresentem lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, que procurem aconselhamento médico.